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Eu e o Blog

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Eu amo blogar. Tenho este cantinho desde meus 13 anos de idade e hoje tenho 28. Acontece que de uns tempos pra cá eu tenho refletido muito sobre como blogo, pra quê blogo e o que eu quero da vida e toda vez que entro nessa “neura” de analisar minhas atitudes perante a vida, o blog entra no meio da conversa.

Eu gostaria de viver dele? De dividir experiências com todos que passam por aqui? É claro! Quanta coisa boa eu já consegui na vida por conta desse lugar on-line que me sinto tão à vontade. Acontece que os blogs mudaram e eu não tenho a vibe necessária pra “ganhar” com isso. Coloquei entre aspas porque eu ganho muito, conheço pessoas maravilhosas, aprendo muito, busco sempre conhecimento nas áreas que são relacionadas, mas ele não me trás nenhum retorno financeiro e neste momento da minha vida, isso tem pesado um bocado.

Eu amo fazer muitas coisas, isso, me disseram, é ser uma pessoa multipotencial. Quando fui escolher minha faculdade eu queria um pouco de tudo: astronomia, oceanografia, letras (japonês), engenharia mecatrônica… mas acabei prestando todos os vestibulares pra design. Dentro do design eu sou apaixonada por marcas e tipografia, ainda tenho uma veia ilustradora e essas áreas estão sempre nos meus meios de estudo. Compro livros, experimento materiais, corro um pouco atrás de tudo. Acontece que no meio de tudo isso, tem aqueles sonhos, que só serão realizados quando eu realmente focar.

Hoje eu sou mil e uma utilidades: sou empreendedora, ilustro, sou blogueira, tenho canal no YouTube, faço marcas, material publicitário, sou social mídia e até cabelo andei pintando. No meio de tanta coisa eu tenho sonhos. Ouço histórias e penso “queria chegar lá”.

Esses dias vi um vídeo de Leandro Karnal, pessoa que sou fã, e ele disse em tal momento que a gente se entende quando a gente percebe do que temos inveja. Inveja é algo terrível sim, mas TODO mundo sente, o que é perigoso é a intensidade. “A inveja é sempre amargurada, porque ela nasce do reconhecimento da minha fraqueza” e no momento que eu sinto aquela inveja, é porque eu queria aquilo pra mim. E por que não tenho? Por que não corro atrás? O que me segura?

Na minha cabeça começam a pipocar desculpas (que são aquelas coisas que a gente arruma pra se enganar), “tô ficando velha pra isso”, “não vai dar tempo”, “mas tenho que fazer outra coisa”… e por ai vai. No meio das desculpas vem o vitimismo, que aparece sem a gente perceber, e sim, este parágrafo sou eu mesma me esbofeteando, porque eu sei das desculpas que eu arrumo e das vezes que me faço de coitada. Ninguém é perfeito e esses são meus defeitos.

Só queria saber como acabar com esses sentimentos, que quando surgem são identificados e logo depois me sinto mal. Criando assim um ciclo de “vou fazer”, “não fiz”, “péssima”. Não sou budista, mas leio muito sobre, é uma das poucas religiões que eu tenho me identificado, e os textos são tapas na cara a todo momento. As vezes os ensinamentos me ajudam, outras me levam pra baixo. E eu continuo postergando coisas que eu gostaria de fazer e realizar.

Por conta de toda essa doidera, resolvi que o blog não será prioridade. Eu me comprometi a respeitar dias de posts e sempre tem conteúdo por aqui, mas eu preciso focar no que realmente é importante pra mim hoje. Não irei abandoná-lo, mas quero que a “obrigação” que tenho com ele hoje seja maleável e torne-se algo orgânico. Preciso deixar ir algumas coisas, porque hoje quero abraçar tudo e não estou fazendo nada, e o blog foi o que escolhi pra deixar ir aos poucos. Eu ainda tenho necessidade deste espaço pra me abrir, pra conhecer pessoas, mas que isso venha de forma fluída.

Obrigada por você que me acompanha por aqui. Não estou te abandonando, apenas dizendo que os posts serão mais coração daqui pra frente.

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16 comentários

  1. Tô nessa mesma, Chell. Até pq – pasmem – eu tô amando fazer vídeo, falar, me expressar verbalmente, treinar isso que é uma grande dificuldade e desafio pra mim.

    Só quero continuar “te ver” falando, tá bem?

    Um beijo,
    Re

    1. Eu também sabia?? ADOREI o vídeo, mas assim, escrever é o que eu mais gosto rssss me expresso muito nos textos rsss
      Mas pode deixar que eu não vou sumir =D

  2. Sei bem como é esse sentimento, tanto que sempre tento tratar o meu blog dessa forma mais leve, postando quando consigo. Também sempre me permito a postar o que estou com vontade, seja pessoal ou mais editorial. Por mais que eu fique triste de não ter tanto tempo pra dedicar, é bom não ter uma pressão com isso, assim consigo manter o blog como quero. Pressão já basta no trabalho né? Hahaha
    <3

  3. Chell, te entendo e muito. A real é que as prioridades vão mudando e se acumulando duma forma que a gente não sabe em que momento foi soterrada por tanta coisa, hehe. Mas tem coisas e coisas que devem ser priorizadas (infelizmente os dias só tem 24h).
    Toda vez que fico muito tempo sem escrever no blog fico me sentindo culpada. Aí penso “mas poxa vida, isso não era para me deixar feliz?”. Aí decidi que só devo escrever por lá quando estiver com vontade, senão a coisa vira obrigação e aí já viu…

    Não importa a frequência com que tu vai escrever, “azamiga” vão sempre dar uma passadinha aqui 😉
    Bjs!

  4. Ô Chell, que texto lindo, cheio de humildade e sinceridade. Todos nós temos muita dificuldade em admitir que sentimos inveja SIM. Mas como cê disse, é importante reconhecer que esse sentimento é ruim e amargo. Mas até as coisas ruins como essa tem algo a nos ensinar.

    Boa sorte no que quer que você esteja planejando e a gente tá aqui, cruzando os dedos por você, no matter what 🙂

    bêj bêj :*

  5. Heyyy! to super na mesma, até porque também sou da área de design, e eu to vendo tudo parece desmoronando, tá tudo dificil, complicado pelo menos pra mim na minha área. Me desdobro e acabo não fazendo nada do que realmente precisava ou queria. o desânimo me pega bem forte as vezes… mas precisamos ter força e foco.

    Eu também não sou budista, mas fui em uma reunião dias atrás e me senti tão leve, vale a pena um dia conhecer. 🙂
    vou voltar em breve com certeza, mas o importante é sempre estar disponível para se auto conhecer, e isso significa as fraquezas e defeitos também, assim a gente sobe mais ainda!

    eu super te entendo <3 e vai realizar seus sonhos sim, espero que com isso traga até mais posts por aqui! que seu ano de 2017 seja maravilhoso <3

  6. Oi Chell, sinta-se abraçada por alguém que se identificou muito com seu texto. Hoje, formada em História (imagina se tem espaço pra historiador no mercado de trabalho!), trabalho meio período num escritório, cuido do blog, faço social mídia e outros trampos que aparecem. Aceito publi, mas de longe eles ajudam a pagar as contas. Depois de BEDA’s que participei percebi que o blog não deve ser uma obrigação, mas um escape. Não é mole essa vida, mas o jeito é continuar atrás do que nos faz bem, e de algo que possamos sobreviver.
    Um beijão! Se precisar conversar me chama tá?

  7. Chell, eu era super blogueira, tinha uma faminha e postava sem parar. Mas percebi que para bombar o blog eu tinha que deixar um pouco minha vida de lado e focar nele. E então decidi que não iria mais fazer isso e o blog seria meu verdadeiro hobby e que por isso eu posto sempre que dá e não todo dia. Agora fiquei quase 4 meses em postar nada e não me sinto culpada, estava com a vida muito corrida e o blog não é a prioridade! Espero que você consiga focar nas coisas realmente importantes, mas que apareça de vez em quando com o blog!

    Bjos

    1. Eu vou só diminuir sabe? Mas não quero sumir pq eu amo meu cantinho =D
      Obrigada pelas palavras e que A GENTE mande bem agora em 2017 =D

  8. Eu sei como é isso de querer abraçar o mundo e ter a sensação de não estar fazendo nada, eu passei por isso e minha decisão foi contrária, decidi apostar mais no blog e no canal, e acabei me afastando um pouco da cozinha.

    Espero que te ver por aqui ainda Chell <3