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Cavalo de Fogo (1986)



“No meu sonho eu já vivi, um lindo conto infantil. Tudo era magia, era um mundo fora do meu, e ao chegar desse sono eu acordei. Foi quando correndo eu vi, um Cavalo de Fogo ali… Que tocou meu coração… Quando me disse então, que um dia rainha eu seria, se com a maldade pudesse acabar. E o mundo dos sonhos pudesse chegar…!”

Para sair um pouco da rotina, ao invés de um longa metragem, dessa vez iremos comentar mais uma série de animação e a escolhida foi: “Cavalo de Fogo” (Wildfire, 1986).


Apesar de achar que não precisa de muitas apresentações, vamos comentar sobre essa série de animação que foi exibida, aqui no Brasil, pelo SBT. Primeiramente, era um desenho que achava muito triste, já na abertura, em que vemos a mãe da princesa Sara falecendo, então sempre ficava meio com o pé atrás na hora de assistir, mas tudo bem, traumas superados, hehe.



O desenho animado nos mostra o reino de Dar-Shan, que é um lugar mágico, onde conhecemos diversos seres e criaturas, como ogros, goblins, dragões, licantropos e até os cavalos que falam. Era um lugar de paz enquanto a rainha Sarana estava viva, porém, após sua morte, a perversa Diabolyn vem tentado tomar o trono do reino a todo custo. No entanto, a princesa Sara e o bravo Cavalo de Fogo sempre aparecem para trapalhar seus planos. Não apenas sozinhos, mas com ajuda de Alvinar – um velho sábio e antigo conselheiro da rainha – e a dupla de atrapalhados Dorin e seu potro covarde Brutus.


A trama sempre se desenvolvia mostrando Sara no rancho em Montana, no mundo mortal, com seu pai John Cavanaugh, e com sua amiga índia Ellen. Acho que isso é interessante de se ver, a presença da menina é algo muito ligado a história da colonização estadounidense mesmo, sempre que ela aparece comenta sobre seu povo o que serve de aprendizado para Sara (e para o telespectador), e podendo ser útil ao longo do episódio. Logo, quando surgiam problemas na terra mágica, Cavalo de Fogo atravessa o portal dimensional para buscar a princesa para irem ajudar o povo em Dar-Shan. A musiquinha nessa parte da corrida dele é muito legal. Em seus 13 episódios, a dupla encontra muitos desafios, amigos e inimigos. E nessas empreitadas, as situações mostram muito à Sara, de que maneira lidar com o inesperado e aprender com as atitudes dela e de seus companheiros.


Dentre as aventuras, no episódio 3, “A Noiva do Monstro”, é interessante que acontece bem aquele ditado: “quem conta um conto aumenta um ponto”, onde aparece no começo do episódio um ogro, que até então não tinha feito nada além de assustar os fazendeiros, no final já é dito como devorador de porcos e gente. É no mínimo hilário o início desse tumulto, com o pessoal correndo gritando. Lógico que tudo é explicado no final e mostrando que não se deve julgar pelas aparências.



Entre os episódios bacanas, “Um Encontro no Tempo”, descobrimos mais sobre a origem da confusão toda em Dar-Shan, como surgiram os Espectros, os diabinhos de Diabolyn, entre outras situações, como o motivo de Sara estar refugiada no mundo mortal. Apesar de ser um episódio bem interessante acaba sendo bem triste, visto o contexto que a princesa se encontra na narrativa.




Outro episódio que acho muito legal, e creio que o meu favorito, também é quando o pai de Sara acaba indo parar em Dar-Shan, em “De Onde vêm os Sonhos”. Ele vai até o castelo de Diabolyn e encontra o poço dos Espectros vazio. Isso para quem acompanhou os episódios desde o começo, é algo muito inusitado, que até me lembra um toque de RPG, em que passamos por vários cenários em momentos distintos. É muito interessante ver como a trama se desenvolve, o aparecimento o Príncipe Kevin – o qual se casaria a rainha Sarana – e um vilão inesperado, chamado senhor Specs, que aqui foi dublado pelo grande Silvio Navas (aquele que fazia a voz do Papai Smurf, no desenho original dos “Smurfs”; Mumm-Ra em “Thundercats” e o Monstro Estelar em “SilverHawks”, dentre tantos vários). É uma narrativa muito envolvente e intrigante que vale a pena do começo ao fim.





Se tratando dessa visão de cenários, no episódio “Estranhos da Noite”, Sara visita as ruínas do Castelo de Thorinia, que outrora já tinha sido apresentado de maneira mais glamurosa.



Aqui no Brasil, como sempre, a dublagem da época também marcou o pessoal, a própria princesa Sara teve a voz da grande dubladora Miriam Fischer (Lilica dos “Tiny Toons”, Charlene da “Família Dinossauro” e fixa por assim dizer, dos filmes que tem a atriz Jodie Foster), Cavalo de Fogo sendo dublado por Luiz Feier Motta (Ventania em “She-Ra”, Wolverine em “X-Men Evolution”), o pai da Sara, John Cavanaugh por Júlio César Barreiros (Zachary Foxx em “Galaxy Rangers”, Jake Rockwell em “Centurions” e o ator Harrison Ford), Dorin sendo dublado pelo intrépido Ricardo Schnetzer (o Capitão Planeta em seu próprio desenho, Hank em “Caverna Dragão”), Alvinar sendo dublado por Amaury Costa (Líder Mal em “Os Fantasmas”, General Warhawk no desenho animado do “Rambo”), Brutus por Maria da Penha Esteves (Mãe do Speed Racer, no desenho do Speed Racer na dublagem da Sincronvideo), Diabolyn por Neusa Tavares (Zelda em “Trapaleão”) e as vozes de Ellen e a Rainha Sarana sendo de Nair Amorim (Mandy em “As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy”, Velma em “Scooby Doo”)

Sara, Cavalo de Fogo e John Cavanaugh 

Dorin, Alvinar e Brutus

Diabolyn e Specs

 Ellen e Sarana

Os episódios de “Cavalo de Fogo” sempre tinham algo que vejo muito pouco nos desenhos animados seriados de hoje, onde apesar da trama que mexe com nossa imaginação, sempre tinha alguma lição de moral a ser aprendida no final do episódio. Não se trata em ficar nostalgicamente falando que os desenhos de antigamente eram melhores que o de hoje (por que realmente eram, todo mundo sabe disso, hehe), mas esse é um dos exemplos que diferenciam bastante, ao meu ver de uma série de produções atuais. Poucos dos desenhos recentes, que apresentam esse tipo de resultado que me recordo foram “Avatar – A Lenda de Aang” e até mesmo “Young Justice”, o qual mesmo sendo um desenho mais juvenil mostra muito de aprendizado entre os jovens – principalmente confiança e compreensão.



Verdade seja dita, a série de animação da produtora “Hanna-Barbera” (a mesma dos “Flinstones”) marcou a infância de muita gente, seja pelas aventuras num mundo de fantasia, ou mesmo pela música tema (que era daquelas que ficava na cabeça), não apenas essa, toda a trilha sonora é muito bacana também. E apesar dos seus poucos episódios, os cenários eram bonitos e bem trabalhados, e o próprio cavalo, que é um animal complicado de se desenhar, e tinha todos os seus trejeitos.


É interessante ver como eram os desenhos antigamente, lembrando que eram poucos desenhistas e era necessário o uso de muitas células de ilustração.
Por hora é isso, pessoal.

Ateh! o/

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7 comentários

  1. Nunca fui super fã desse desenho não (acho que tinha mais apelo menos com as garotas :P) mas eu lembro apenas que ele tinha uma das PEORES aberturas musicais de todos os tempos:

    É muito desafinada: “..que tocou meu coraaaação” hahaha

  2. Eu amo esse desenho um dos meus favoritos na minha infância *-* bons tempos aqueles! Eu adorei o texto e eu concordo, hoje em dia não se fazem mais desenhos como antigamente infelizmente sem falar na apelação pro 3D tudo agora é 3D acabou aquele 2D tradicional que tanto nos encantava. Young Justice, meu desenho favorito da atualidade esse sim é um ótimo desenho que apresenta ótimos ensinamentos. Super recomendo, pra quem é fã do DCU( DC Universe) como eu vai amar! Eu me lembro como hoje desse episódio do Ogro, muito lindo aprendi coisas muito boas com esse desenho. E os antigos que eu ainda amo são Scooby-Doo, Os Flingstones, Tutubarão (lembram?) As Panterinhas, Capitão Caverna, Corrida Maluca, Thundercats, Lonney Tunes entre outros.