Categorias: Vida Real

Because I`m an underdog

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Não sei como tudo começou, se sempre foi assim ou veio de mansinho aos poucos, sem que eu percebesse. Sei que de repente eu comecei a me sentir uma pessoa daquelas que se deixa de lado. No colégio, quando era criança, alguns colegas me chamavam de nerd, naquela época isso não era uma coisa boa, cdf era a mesma coisa que te chamar de panaca. Eu detestava passar cola para os outros, principalmente por medo do professor me pegar fazendo isso e eu ficar sem nota ajudando uma pessoa que quase não conversava comigo, em outras palavras, ajudando alguém que nem me via quando os dias não eram de prova. Também gostava de ver enciclopédias, caprichar nas lições de casa e porque tanta gente via mal naquilo, nunca saberei.

Os anos foram passando, mudei de escola, mudei de turma, mas sempre essa sensação de não pertencer aquele lugar me perseguia. Pode ser maluquisse da minha cabeça, pode ser o fato da minha mãe sempre ter dado aula nas escolas que eu estudei (e ser odiada por metade da escola), mas sentia as pessoas me encarando, principalmente quando respondia alguma pergunta do professor, que era bem raro de acontecer. Por isso sempre gostei de sentar no fundo da sala, assim ninguém me veria e eu teria controle sobre quem ficasse me encarando, se é que isso existia, seria a observadora.

Por esses e outros motivos, fui uma pessoa de poucos amigos, mas acho que eles eram/são de muita qualidade. Pessoas que compartilhavam naquele momento específico os mesmos objetivos e as mesmas vontades. Ao todo, desde meu início na vida escolar, posso contar nos dedos de uma mão os meus amigos de verdade. Daqueles de assistir os mesmos filmes, pegar lição de casa no dia que não ia na aula e ligar pra avisar que estava passando “Ela é Demais” na TNT, aquele que a gente compartilha dores, sabores e alegrias.

Sei que mesmo hoje, depois de passar pelo cursinho e sair da faculdade, continuo achando que as pessoas não me notam e não gostam de mim. Não quero ouvir “que isso! eu adoro você”, não é isso, é simplesmente aquele sentimento de ser uma pessoa deixada de lado. Tenho medo de parecer chata, falar demais e por isso tem dias que eu mal abro a boca na aula de desenho ou no trabalho, vai que falo algo que faça que as pessoas não gostem mais ainda de mim?

Não sei se isso um dia vai mudar ou vou continuar achando que estou sendo chata, intrometida e falando demais. Só sei que a alguns dias atrás eu consegui me sentir muito querida e depois disso venho pensando em todo esse sentimento de auto-rejeição que eu tenho dentro da minha cabeça e por incrível que pareça, começo a ver que eu poderia ter um pouco mais de auto-confiança quando se trata disso e lembrar que é impossível agradar gregos e troianos.

Categorias: Resenhas

Assisti: As Vantagens de Ser Invisível (2012)

  [rating:5/5] “Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Seu professor de literatura, no entanto, acredita nele e o vê como um gênio. Mas Charlie continua a pensar pouco de si… até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele.”

Assistir esse filme me fez sentir com 15 anos novamente, principalmente quando começou a tocar “Come on Eileen”. Lembrei na hora o meu filme predileto de quando era adolescente, aquele com Heath Ledger e Joseph Gordon-Levitt, o “10 Coisas que Odeio em Você”, porém ao contrário desses filmes que eu costumava ver, “Vantagens” tem um tom mais maduro, com reflexões mais complexas da vida dos adolescentes e de uma maneira que não julga o certo nem o errado. Cada um tem suas experiências, seus problemas, suas paranóias, suas opções e é por isso que achei o filme tão rico.

Patrick me lembrou, e muito, o personagem Mercúcio do filme Romeu + Julieta, aquele dirigido por Baz Luhrmann, principalmente por conta de toda a performance de “The Rocky Horror Picture Show” (outro que eu tenho que ver), e o que é a atuação de Ezra Miller! Esse menino tem futuro! Emma Watson, pela primeira vez me fez esquecer Hermione (e me fez querer cortar muito o cabelo) e Charlie… é fofura e amor.

Assistam e sintam-se com 15 anos de novo, pra quem tem seus 25 e tantos. E pra você que tem menos, aprenda o que é um filme adolescente decente, divertido e cheio de lições.

E pra não esquecer, trilha sonora IMPECÁVEL!

Resenha do Adoro Cinema

Categorias: Ilustrações

Caderninho de Quinta #132

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“No oriente, a flor de lótus significa pureza espiritual. No simbolismo budista, o significado mais importante da flor de lótus é pureza do corpo e alma. A água lodosa que acolhe a planta é associada ao apego e aos desejos carnais, e a flor imaculada que desabrocha sobre a água em busca de luz é a promessa de pureza e elevação espiritual. É simbolicamente associada à figura de Buda e aos seus ensinamentos e, por isso, são flores sagradas para os povos do oriente. Diz a lenda que quando o menino Buda deu os primeiros passos, em todos os lugares que pisou, 7 flores de lótus desabrocharam.”

E mais um trabalho que vou finalizar para a feira de tatuagem aqui da cidade. Cada aluno deveria escolher um símbolo que é comum em tatuagens e desenhá-lo com imagens justapostas, como na referência de Kim Jung Gi. Meu símbolo: flor de lótus, e abaixo vocês podem conferir o processo da ilustração.


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Primeiro sketch.

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A matemática da ilustração. Obrigada Glauco!

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Brincando de dar volume.

buda-1Nanquim na veia!

As sete pétalas ao redor de buda significam seus passos, em quatro delas temos os elementos água, terra, fogo e ar que constam na lenda da flor.

Querem ver os finais? Quem for de São José dos Campos e região, é só comparecer na Expo Vale Tattoo no estande do Mundo Kinoene. Mais informações no facebook do evento.

Fonte: Significados / Foto: Arnaldo Poesia

Categorias: Ilustrações

Caderninho de Quinta #131

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Tanabata Matsuri é uma comemoração de origem japonesa que ocorre na sétima noite do sétimo mês do ano.
Há muito tempo, de acordo com uma antiga lenda, morava próximo da Via-Láctea uma linda princesa chamada Orihime (??) a “Princesa Tecelã”. Certo dia Tentei (??) o “Senhor Celestial”, pai da moça, apresentou-lhe um jovem e belo rapaz, Kengyu (??) o “Pastor do Gado” (também nomeado Hikoboshi), acreditando que este fosse o par ideal para ela.
Os dois se apaixonaram fulminantemente. A partir de então, a vida de ambos girava apenas em torno do belo romance, deixando de lado suas tarefas e obrigações diárias. Indignado com a falta de responsabilidade do jovem casal, o pai de Orihime decidiu separar os dois, obrigando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea. A separação trouxe muito sofrimento e tristeza para Orihime. Sentindo o pesar de sua filha, seu pai resolveu permitir que o jovem casal se encontrasse, porém somente uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, desde que cumprissem sua ordem de atender todos os pedidos vindos da Terra nesta data. Na mitologia japonesa, este casal é representada por estrelas situadas em lados opostos da galáxia, que realmente só são vistas juntas uma vez por ano: Vega (Orihime) e Altair (Kengyu).

O festival que celebra esta história de amor teve início na Corte Imperial do Japão há cerca de 1.150 anos, e lá tornou-se feriado nacional em 1603.
Atualmente o Tanabata é uma das maiores festas populares do Japão.

Quando descobri essa lenda através do Festival das Estrelas, eu achei algo tão simples e bonitinho que fiquei com vontade de fazer um desenho. Não parei para desenhar, até que na aula de desenho veio a tarefa de fazer duas ilustrações para uma exposição que haverá por aqui então adivinhem, uma das minhas opções foi a lenda japonesa. Ainda não terminei, mas resolvi colocar meu “work in progress” aqui pra vocês darem uma olhadinha. O que vocês acham?


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Rascunhos para acertas as formas.

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Nanquim para finalizar.

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Manchas em aquarela preta pra aplicar digitalmente.