E vamos falar um pouco de anime aqui no blog, para variarmos um pouco de estilos. Então para o cardápio de hoje, o longa metragem animado selecionado é “Os Cavaleiros do Zodíaco: O Prólogo do Céu” (Saint Seiya: Tenkai Hen Joso ~Overture~).
Antes de começarmos, vale lembrar que não é a primeira vez que comentamos dessa franquia aqui no site, a Chelli já havia feito um post, outrora comentando sobre a saga “Lost Canvas”, que atualmente se encontra num hiato, mas até que é bom pois posso colocar em dia, hehe.
Mas vamos ao que interessa. “O Prologo do Céu” é o 5º filme dos Cavaleiros de Athena, onde os cavaleiros enfrentam a deusa Artemis, que é enviada para eliminar os Cavaleiros por terem se rebelado contra os Deuses do Olimpo. Sendo assim, vão primeiramente atrás de Seiya e o atacam. Para a surpresa dos oponentes, ele parece não dar a mínima para o que está acontece. Contudo, isso se explica logo em seguida – fazendo o link com a Saga de Hades – o Cavaleiro de Pégaso se encontra ainda em coma, após a batalha com o deus do submundo. Devido a esse motiv que ele se encontra na cadeira de rodas.
Porém, indignada com a invasão na casa dela – pelos enviados dos Deuses – Saori questiona quem ordenou eles a atacarem o Seiya. Eis que surge Artemis, deusa da Lua e da Caça – irmã de Athena – e explica tudo que está acontecendo, o porquê de irem atrás dos cavaleiros de bronze. Uma situação nessa cena que me chama, sempre, a atenção é o modo como os Cavaleiros Celestiais (ou anjos) se comportam em frente à deusa, se ajoelhando, demonstrando respeito e devoção, apenas por esse ato. Detalhes assim, sutis, sempre são bacanas. Bom, depois disso, Athena decide tomar o lugar de Pégaso para poupa-lo de mais sofrimento.
Enquanto isso, os Cavaleiros de Ouro, numa espécie de limbo espiritual, onde os deuses decidem puni-los por suas atitudes contra eles – vale lembrar que os cavaleiros dourados sacrificaram suas vidas para derrubarem o Muro das Lamentações no Inferno. Assim sendo, eles são castigados para servirem de exemplo para todos os mortais.
Como de praxe, Saori resolve deixar seu sangue escorrer para proteger os humanos, e assim abdicando de sua vida. Inicia-se então aquela busca para salva-la. O primeiro lugar que Seiya vai é ao antigo Santuário, que ao chegar lá, ele descobre – da pior maneira – que se tornou o Santuário da Deusa Artemis. Ele acaba enfrentando Jabu de Unicórnio, e Ichi de Hydra, e leva uma surra desses cavaleiros de 2ª classe, hehe. Por fim, Shina de Cobra, acaba com a batalha.
A luta de Shun de Andrômeda e Ikki de Fenix é contra Teseu, que chega para o confronto como se fosse um anjo, (e digasse de passagem ele lembra muito o cavaleiro Berengue de Coma Berenice, que apareceu no filme “A Batalha de Abel”). A briga acontece próxima a uma estátua onde estão as almas, enclausuradas, dos cavaleiros de ouro.
A batalha, que é uma das minhas favoritas, acontece quando Seiya encontra Hyoga de Cisne e Shiryu de Dragão, enfrentando o cavaleiro celestial Odisseu.O modo da narrativa me lembrou muito um RPG, que ao chegar num determinado lugar, demonstra que já houve um conflito deixando aberto para se pensar como se conduziram os acontecimentos. Tanto que se percebe o desespero na voz de Cisne quando Pégaso ataca, e percebe que Odisseu irá revidar. É bacana vê-lo contra atacando usando os próprios ataques dos cavaleiros de bronze.
O arco de lutas se fecha quando Seiya enfrenta Toma/Ícaro, esse que como na Mitologia Grega, criou asas de cera para alcançar o Céu, o cavaleiro queria ser tão forte a ponto de se tornar um deus, também. No entanto, vemos sua relação com Marin, e mais tarde viemos, a saber, que ele era o irmão desaparecido da amazona.
O filme se encerra, quando surge Apollo – deus do Sol – perante todos e fechando o prólogo.
Sobre o filme, esse é o único que cronologicamente poderíamos coloca-lo em sequência dentro da franquia. Visto que os outros quatro acabam sendo mais paralelos, dessa maneira, sendo um dos motivos de sua escolha para a resenha dessa semana. Entretanto, este lembra – e muito – “A Batalha de Abel”, pela tradicional trama, por serem três oponentes ao longo do percurso, e Ícaro lembra muito – por sua vez – Atlas de Carina.
Os cenários são exuberantes de lindo. Algo que tem um forte contraste na qualidade gráfica se lembrarmos da série original. Do mesmo modo que comentamos durante o Mês Hayao Miyazaki, que hoje nada mais conveniente que usufruir dos recursos tecnológicos para não apenas atingir um resultado estético notável, como também acaba tornando o processo de produção mais rápido, desse modo alguns até em 3D. E sem contar a trilha sonora características, com aqueles arranjos arrastados e tristes, mas também sendo algo bem marcante no longa animado.
A única coisa que me incomoda bastante, é essa prepotência que os antagonistas costumam ter, algo como o Apocalypse de “X-Men”, que vive lutando contra o Cable por diversos anos, no caso de Cavaleiros do Zodíaco, os Deuses tem uns 5 metros de altura, como se fosse para demonstrar que são intocáveis, e sendo o principal detalhe de contrapartida na cena pós-créditos. O próprio ápice quando Pégaso reencontra Athena chega a ser tenso, de diversas formas, até mesmo pelas falas em desespero do Cavaleiro. Assim, o próprio final do filme, apesar do gancho, ficou aberto a diversas interpretações, principalmente pela fala de Saori: “Espero q encontre a pessoa q esta procurando”. O Seiya teria realmente morrido, seria um pensamento, outra linha de tempo… Enfim…
“Quando o coração humano supera os seres divinos, o que os deuses vão perdoar, e o que eles vão castigar?”
Quando Cavaleiros do Zodíaco veio a ser exibido, originalmente, no Brasil, ainda em tempos da extinta TV Manchete e Revista Herói, gostando ou não, muitos daquela época se lembram de um desenho animado japonês que passava e tinha bonequinhos à venda, e também foi uma forte abertura para inserção de muitos animes na grade de programação da TV aberta. Do mesmo modo, como a partir daí, começaram os fã-clubes de dubladores, para sabermos quem estava por detrás das vozes dos personagens, algo que só aumentou de lá pra cá.
Capa da edição #01 da Revista Herói, lançada em 1994.
Alguns dubladores: Artemis – Cecília Lemes (Chiquinha, de “Chaves”); Odisseu – Wendell Bezerra (Goku, de “DBZ”); Jabu de Unicórnio – Marcelo Campos (Ed, de “Full Methal Alchemist”).
Linha Cloth Myth, lançada em 2003. Reformulando completamente os toys dos personagens do anime.
Atualmente, a série mais recente da franquia se trata de “Cavaleiros do Zodíaco Ômega” (“Saint Seiya Omega”), a qual se passa 25 anos depois da Batalha Santa narrada no mangá. Os gráficos usados não me empolgaram tanto, então não estou acompanhando. A principio está em negociação para sair em DVD pro Natal. Em tempo, a casa do 1º episódio é a mesma casa, a qual Saori e Seiya estavam. Mas de qualquer forma, fiquei curioso depois de ver algumas imagens, pra ser exato mais dos novos cavaleiros de ouro, que talvez acabe assistindo para saber como é pelo menos que se desenrolou tudo. Enquanto isso, “Lost Canvas”, também ficou de lado, visto que não houve uma boa aceitação no Japão, uma pena.
Enfim, após 26 anos desde sua estréia no Japão, Cavaleiros do Zodíaco continua com a mesma linha de narrativa, “que quando temos no que acreditar isso que nos faz forte” – como dito pela Marin. Talvez essa seja a lição, superação a si mesmo, a tal da força dos humanos que os anjos tentavam entender, sua perseverança, e as vezes até insistência. Não digo que isso seja uma lição de vida, mas a maioria dos animes giram em torno de algo muito parecido. O problema que isso, as vezes, se tornava um disco riscado que acabava tirando a credibilidade da lição de moral, hehe. O filme veio para as salas de cinema brasileiras em 2006, e sendo lançado em DVD no ano seguinte.
Bom, por hora é isso…
Ateh a próxima, pessoal!