Em tempos de Marvel nos cinemas, aqui no Chocottone vamos comentar sobre uma produção animada da DC Comics. Nada de Vingadores ou Liga da Justiça, o assunto é sobre o mais recente longa metragem de animação do homem-de-aço: “Superman contra a Elite” (Superman vs. The Elite).
Para a safra de 2012 de longas metragens animados, dos personagens da DC, a segunda produção desse ano é baseada na história “What’s So Funny About Truth, Justice, and the American Way?”, publicada na revista Action Comics nº 775 em 2001. “Superman contra a Elite” apresenta um grupo de heróis que resolve encerrar os confrontos contra vilões definitivamente, ou seja, não leva-los para prisões, mas sim, executa-los de uma vez por todas.
Após um confronto entre o homem-de-aço e o Caveira Atômica, o super vilão é levado para a prisão da Ilha Stryker. Acontece uma discussão na sala das Nações Unidas sobre o resultado da luta entre os dois super seres, que acabou por deixar um grande valor de prejuízo. No entanto, Superman tenta explicar que não é tem o direito de julgar, ou mesmo tirar a vida de alguém.
Ao mesmo tempo, uma guerra entre os países Bialya e Pokolistão, toma proporções maiores de destruição, e nesse momento surgem os 4 novos super-heróis: Manchester Black – um telecinético, Fusão a Frio – o brutamontes que lida com energia, Chapéu – um feiticeiro bêbado, e Zoológica – ou Pam, que possuí diversos vermes sob seu controle. Eles acabam com o conflito naquele momento, e partem. Após isso, Clark e Lois, tentam descobrir informações a respeito dessas pessoas que, até o momento, são benfeitores, porém Superman acha que tem algo de estranho com eles.
Durante a investigação, o grupo ajuda Superman durante um ataque terrorista ao trem que atravessa sob o Canal da Mancha. Contudo, ele percebe que o grupo não mede seus limites e isso o preocupa. Contudo, Caveira Atômica consegue escapar, e durante o novo confroto, muitas pessoas morrem e Superman diz que irá leva-lo de volta a prisão, porém o povo fica clamando para que matem o vilão, Manchester diz que sempre que eles fogem, todo o caos se repete e as vezes até pior. Aproveitando do apoio das pessoas, Black – com uso de seus poderes – estoura o crânio do Caveira. Superman tenta impedir, mas fica pasmo ao ver a comemoração das pessoas após o ato.
A Elite aparece na Fortaleza da Solidão e avisa o Superman que irão encerrar de vez os conflitos entre Bialya e Pokolistão. Ele tenta impedir um ataque de caças, contudo Black diz que tanto faz as atitutes dele, pois os chefes de Estado já estavam mortos. Superman se exalta e ataca Manchester – em cadeia nacional – e dessa forma acaba sendo declarado um duelo, que o homem-de-aço só tera alguma chance se chegar ao nível de violência desses meros mortais com super poderes.
Superman leva uma surra muito próxima da que foi durante seu confronto com Doomsday, e o clímax da narrativa na parte final é realmente espetacular. Por outro lado, o que vemos na verdade no principal eixo da trama é justamente o conflito ético que é apresentando. Onde há um atrito de valores pessoais, que acredito que muitos leitores de HQ já devem ter se questionado, sobre enjaular o meliante ou acabar com ele. O próprio Batman já teve uma história dentro desse contexto, após uma fuga do Coringa de Arkham, que gerou muitos danos a Gotham City, por sua vez.
É interessante que durante uma das conversas entre Manchester e Superman, ele tenta falar sobre isso: “Vocês não podem assassinar pessoas e se chamarem de heróis.”, em resposta, Black: “Por que não o seu governo faz isso o tempo todo.” Além de mencionar que quando derrubam os vilões, eles ficam no chão. Fiquei curioso em ler a versão em HQ, e realmente, de que maneira esses valores são encarados hoje em dia. Achei muito boa a proposta da animação justamente por, mesmo num desenho animado (P-13), apresentarem essa temática, demonstrando que muitas vezes não basta ser Super, quando existe muito mais que os olhos possam ver, dentro dos conflitos tanto físicos, como ideológicos na nossa sociedade.
Algumas coisas que achei bacana, além de colocarem já termos mais recentes aos diálogos como twitter, ou “é como assistir TV em HD”, a versão dublada está com aquele cuidado já típico nessa franquia de produções animadas dos super heróis. O Superman, como tradicionalmente é, sendo dublado pelo Guilherme Briggs, mas o que curti mesmo foi o Manchester sendo dublado pelo Alexandre Moreno (Alex em “Madagascar” e Nicolas Cage no filme “60 Segundos”), que curto bastante o trabalho dele, pois mostra muito de como a voz é importante para demonstrar a personalidade do personagem, se ele será carismático ou não, a própria atuação e entonação em determinadas palavras, por mais sútil que sejam, fazem uma grande diferença no final.
Entre as vozes principais, também, temos Mônica Rossi como Lois Lane (praticamente fixa nesse personagem, mas também dublou Diana em “Caverna do Dragão”), Zoológica pela querida Miriam Fischer (Miss Piggy, em “Muppets Babies”), Fusão a Frio por Eduardo Borgeth (Ciborgue, em “Os Jovens Titãs”), e o Chapéu por Manolo Rey (Pulga, em “Mucha Lucha”). Dessa maneira, sendo elogiável a equipe e a direção de dublagem pela Aline Guessi, na Cinevideo.
Clark Kent descolado, Superman e Lois Lane nas versões do filme, no traço de Bruce Timm.
Comparativo da A Elite da animação e a versão da HQ.
Enfim, “Superman contra a Elite”, faz parte de uma série de adaptações de história de HQ para longa metragens animados, produzidos para lançamento diretamente doméstico, pela Warner Premiere (encabeçada por Bruce Timm – responsável pelo traço estético dos personagens) e DC Animated Universe. Entre os filmes já lançados, comentamos aqui no Chocottone algumas como “A Morte do Superman” (o qual foi o primeiro nessa sequência de produções) e “Lanterna Verde – Cavaleiros Esmeralda”, do ano passado. Em média são realizados 3 longas ao ano, e os que venho assistindo não tem deixado nada a desejar, como o anterior a esse de hoje, “Justice League: Doom” (o primeiro lançado nesse ano), que também sensacional o conflito apresentado.
Por hora é isso pessoal, bom feriado para todos.
Ateh.