Para essa semana, um filme com um ar bem de Sessão da Tarde. Hoje é dia de falar do 1º longa metragem inteiramente digital brasileiro: “Cassiopéia”.
Começamos em Atenéia, um planeta da constelação de Cassiopéia, onde seus habitantes vivem pacificamente e em harmonia, tudo regido pelo Conselho Galático Central. Contudo, durante uma pesquisa acabam percebendo uma perturbação no espaço que vem drenando energia, logo a doutora Lisa e sua equipe resolvem investigar. Ao lançarem sensores, descobrem que é uma nave estranha que é responsavél pela situação atípica.
Porém, acabamos descobrindo que tudo não passa do plano dos alienígenas – que aparecem vermes – liderados por Shadowseat, que estão drenando toda a energia por onde viagem. Devido a essa queda rápida de força no planeta, Lisa e o Conselho, resolvem liberar no espaço capsulas de resgaste.
Enquanto isso, em outro lugar do espaço, os vigilantes Chip e Chop estão investigando a presença de um alienígena invasor em outro planeta. Com o trabalho em equipe dos dois patrulheiros, conseguem expulsar o inimigo, é interessante observar que não usam armas destrutivas, apenas de deslocamento.
Na viagem de retorno, acabam encontrando uma das capsulas mas precisam de outra para conseguirem decodificar o código. Chegam em outro planeta, e encontram Leonardo, que consegue ajuda-los, pois ele havia recuperado, também, uma das capsulas perdidas, e conseguem encontrar o caminho para Atenéia e ir ajudar Lisa e seus amigos. No entanto, Shadowseat acaba decidindo atacar o planeta, para que possa continuar a coleta de energia sem mais interferências. Chip e Chop, chegam a tempo, mas acabam sendo minoria contra o exército do vilão.
Dentre alguns pontos, uma coisa que me chamou a atenção, foi o fato dos alienígenas lembrarem insetos / vermes, como sempre são representados em diversos filmes de ficção científica. Não sei se pelo fato de serem mais “aterrorizantes” ou por devastarem tudo no caminho antes de mudarem de lugar aos bandos, mas enfim…
Como sendo a primeira animação, inteiramente digital, não era de se esperar que modelassem um Godzilla contra um exército de orcs, mas no início achei bastante limitado por serem em sua maioria apenas formas geométricas volumetrica que faziam a composição visual. Mas há de convir, que em relação ao concorrente “Toy Story”, que acabou sendo o 1º filme digital na cronologia da história da animação, os orçamentos eram bem distintos, mas nem por isso, a produção nacional ficou devendo. O visual é bem bonitinho e amigavel, me lembrou muito a série de animação “Mechanimals”, tanto pela estética quanto pelo tipo de narrativa.
“Cassiopéia” fez parte dos assuntos discutidos durante a minha palestra de animação brasileira que aconteceu no N Design de 2010, sendo uma das bases da linha de tempo do quem sendo produzido no país nesses anos desde então. O filme é mais divertido do que esperava, tem um ritmo bacana de aventura, mesmo sendo bem infantil, e a dublagem totalmente nostalgica com diversas vozes da época dos “Cavaleiros do Zodíaco” – visto que foi dirigida por Gilberto Baroli (o Saga de Gêmeos), além da participação do grande ator Osmar Prado, por essa não esperavam, né? Haha.
Enfim, “Cassiopéia” pode ser um filme que não chame muita a atenção a primeira vista, mas vale a pena ser assistido. A produção, escrita e dirigida, por Clóvis Vieira nos mostrou o que um conjunto de profissionais ousou fazer, e o resultado que obtiveram, mostrando que não somos apenas a terra do país da Copa, e também somos capazes quando queremos.
Bom final de semana a todos.
Ateh. o/