Por que esta entre um dos primeiros filmes que assisti no tempo de vídeo-cassete, e estava com vontade de assisti-lo novamento… Para a emoção de todos aqui no Chocottone, a animação de hoje é… “Todos os Cães Merecem o Céu” (All Dogs Go To Heaven).
Começamos o filme em Louisiana, no ano de 1939. Onde os dois cães, Charlie – um pastor alemão trapaceiro – e seu amigo Sarnento – um bassê que quando fica nervoso começa a se coçar – tentam escapar do canil, mas lógico que a fuga não acontece como o planejado. Mas mesmo assim, alcançam a liberdade. Dessa maneira, resolvem voltar para o cassino que Charlie e seu antigo sócio mantinham, com muita jogatina, corridas de ratos, entre outras artimanhas.
Porém, ficamos sabendo que o bulldog, sócio de Charlie, o perveso Cicatriz, havia mandado que matassem o pastor alemão, e ao saber que ele ainda estava vivo, decide dar um jeito na situação de uma vez por todas. Sarnento que havia entrado numa passagem por engano, ouve o plano ardiloso e tenta avisar seu amigo. O desespero do bassê para tentar acudir o amigo, para uma animação infantil, foi algo que realmente me surpreendeu. Contudo, Sarnento chega atrasado, e conseguem matar Charlie, realmente.
A sequência dele indo para o Céu, a trilha que acompanha, é algo espetacular, é um dos trechos que curto muito, tanto essa parte, como quando ele é avisado que morreu. Ambas as músicas tem um instrumental que irão sempre impressionar, dentro do contexto que se encontram. Aqui, a anfitriã, diz a situação que Charlie se encontra, e que seu relógio da vida parou de girar… Mas ele a engana, e da corda para que retorne para a Terra e se vingue de Cicatriz, mas ela avisa que talvez ele nunca mais possa voltar, pois aquele era o momento dele.
Na Terra, Charlie descobre que Cicatriz esconde uma garotinha que conversa com os animais, e por isso ele sabia sempre em quem apostar nas diversas corridas. Ao saber disso, os dois cães “salvam” a pequena orfã Ana Maria, e a levam para virar o jogo. Em troca, o pastor alemão promete que encontraria uma família para a menina, e que parte do dinheiro dariam aos pobres – como Robin Hood fazia.
No entanto, acabam se empolgando nas apostas, e Ana Maria ameaça ir embora. Charlie resolve cumprir parte da promessa, e leva pizza para uns filhotinhos que ele visitava casualmente, e parece ter um “affair” com a cadela Flo. Mas a menina descobre que o cão havia roubado uma carteira e fica braba com ele, e resolve, no dia seguinte ir devolve-la. Durante a noite, o relogio de Charlie fica emanando a voz da anfitriã do Céu, e de repente tudo se torna em chamas, rios de fogo, e ele se vê no Inferno, uma cena que na minha infância, lembro que fiquei com muito medo – por inúmeros pensamentos envolvendo religião, que não convém a ser discutido, mas enfim.
Cicatriz descobre onde fica o cassino de Charlie, e acaba sobrando pro pequeno Sarnento levar uma surra dos capangas do vilão. O bassê vai até a igreja procurar por Charlie, e os dois discutem, e ele acaba falando que quando Ana Maria não fosse mais útil se livraria dela. Mas a menina acaba ouvindo e foge. Ela acaba sendo capturada por Cicatriz, e Charlie o enfrenta para salva-la.
A luta final, tem um ritmo muito bacana para uma adaptação para jogo de video game, (no estilo do que foi feito com o Rei Leão), na época chegou a ser lançado um para DOS, mas muito fraquinho. Entre outras transições, principalmente que pelo menos me lembram muito o estilo de jogos.
“Todos os Cães Merecem o Céu”, tem um clima todo própria das produções de Don Bluth, algo muito semelhante e ja visto em “A Ratinha Valente” e, principalmente, “Em Busca do Vale Encantado”. Sejam suas paletas de cores, as características da animação, e acho que a principal diferença entre Walt Disney e a Sullivan Bluth Studios, é a maneira como criam o impacto em algumas cenas, como a punição no poço de piranhas, a morte de Charlie, ou mesmo ele sendo um protagonista mas com um ar malandro e sacana.
Por outro lado, toda a experiência que Bluth teve ao trabalhar na Disney, e a equipe que trouxe consigo, é importante pelos detalhes que a produção tem, como os trejeitos de Charlie, quando abana o rabo para demonstrar que ficou feliz, ou a insegurança pela posição das orelhas, e ainda assim, essa humanização de animais, algo que a fantasia única que os desenhos animados nos permitem aceitar e nos deixar levar.
A dublagem do DVD, foi feita pela Dublavideo, logo, havendo algumas mudanças, mas mesmo assim gostei do resultado, embora não lembre muito do original, mas que seja. A voz de Charlie ficou sendo a do dublador Armando Tiraboschi (Bado, em “Cavaleiros do Zodíaco”, na fase de Asgard); já o Sarnento foi dublado por Tata Guarnieri (Rei Julian, em “Pinguins de Madagascar”); e Cicatriz recebedo o vozerão do grande Antonio Moreno (João Bafo-de-Onça, vilão dos desenhos da Disney).
Ao reassistir “Todos os Cães Merecem o Céu”, não tem como não se emocionar e admirar a produção, seja com seus belos desenhos de cenário, contrastando com os personagens (algo que fica mais visivel no DVD). Ele teve uma continuação em “Todos os Cães Merecem o Céu 2”, uma série animada de 3 temporadas e 41 episódios – sendo o último o longa “Um Natal Bom pra Cachorro”, mas não acompanhei essas produções.
Enfim, para esse final de semana é isso minha gente.
Ateh.
Lindo filme, muito fofo… Fiquei com saudades do meu tempo de criança…rs.
Att.,
Luks