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Ducktales – O Tesouro dos Sóis Dourados (1987)

E estamos aqui, ao vivo do Chocottone, para abrir o mês das Crianças! Para essa primeira sexta-feira do mês, começaremos com essa produção dos Estúdios Disney que permeou a infância de muita gente. É hora de falarmos um pouco sobre os “Caçadores de Aventuras”: “Ducktales – O Tesouro dos Sóis Dourados” (Ducktales: Treasure of the Golden Suns).


Originalmente, esse longa-metragem contempla os cinco primeiros episódios da série de animação, onde são introduzidos os personagens que irão desbravar as mais diversas aventuras: “Não Abandone o Navio”, “Patinhas Vai Para Ronguay”, “A Moeda do Poder”, “Patos Frios” e “Ouro até dizer Chega”. Na 1ª parte, Donald deixa seus sobrinhos – Huguinho, Zezinho e Luisinho – aos cuidados do Tio Patinhas enquanto ele embarca para uma vida na Marinha. Conhecemos o rabugento Tio Patinhas, que não cogita em gastar um tostão de sua fortuna, que fica guardada na sua Caixa Forte, além de outras raridades. Bom, com a ajuda do suspeito El Captain, os Irmãos Metralhas roubam uma antiga miniatura de navio, que mais tarde acabam descobrindo que se trata de um mapa.


Os sobrinhos, com a ajuda do Manual do Escoteiro-Mirim, conseguem desvendar o segredo na miniatura. Acompanhando o Tio Patinhas, partem para a América do Sul para um lugar chamado Ronguay, em uma caça ao tesouro. Porém, Pão-Duro MacMoney, agora aliado de El Captain, resolve atrapalhar os planos do pessoal, mas acabam dependendo deles para encontrar o navio. Graças a uma tempestade centenária, após encontrarem o navio naufragado repleto de ouro, eles conseguem-lo voltar aos mares.


De volta à mansão em Patópolis, Tio Patinhas pede a um amigo colecionador ajuda sobre informações da moeda de ouro que ele tinha conseguido na última viagem. Ele diz que aquela era a 2ª vez que ele havia visto uma moeda igual aquela, e a outra estava na América do Sul. Com ajuda do Professor Pardal, que cria um peculiar avião, Tio Patinhas agora junto do intrépido piloto Capitão Bóing, vão buscar Donald – que tinha três dias de folgas – e parte rumo às montanhas. Lá, descobrem um conquistador espanhol chamado Joaquim Slowly, o qual conta a origem das moedas, e que possuía uma metade de mapa, que era de seu antepassado Marching Slowly.


Após fugirem da emboscada, armada pelo conquistador, Tio Patinhas parte rumo à busca da outra metade de um mapa, que o levaria para o Vale dos Sóis Dourados. Ele resolve fazer o mesmo trajeto que o parceiro do antepassado de Joaquim, Juan Tamera, fez indo parar na Antártida. Escapando de uma grande confusão com pingüins raivosos, eles conseguem o mapa completo para seguirem rumo ao verdadeiro tesouro.


Dentro do enorme avião, toda a turma reunida se aproxima do Vale dos Sóis Dourados. Contudo, Tio Patinhas começa a sofrer da febre-do-ouro, fazendo-o perder o senso durante a caminhada, causando muita confusão. Seguidos de perto por El Captain, eles conseguem chegar até o vale. Lá o encontram circundado por enormes moedas de ouro, e ao pularem sobre uma delas, acabam adentrando ao grande fosso que é o lugar. No centro, um templo de ouro maciço se ergue, porém protegido por armadilhas. Após abrirem três portas, onde cada uma guardava ouro em pó, em moedas e em barras, acabam ativando o sistema de autodestruição do lugar. Contudo, eles acabam sendo capturados por El Captain, que diz estar a 400 anos buscando pelo tesouro.


Capitão Boing que havia ficado para trás, para arrumar o avião, interpreta uma erupção de ouro derretido como se fosse o tiro do sinalizador e parte em resgate do pessoal que estava afundando na última armadilha do vale. Lembro que essa 5ª parte foi um dos meus episódios favoritos por muito tempo, tanto que não lembrava como chegavam à selva.


Dentre os detalhes que me chamaram a atenção, posso dizer que foi quando El Captain encontra o navio no deserto, e diz que depois de 400 anos chegava a conferir pelo diário de bordo, todo o conteúdo novamente. E depois Joaquim contando como se tornou um falso sacerdote… Fiquei imaginando, que histórias centenárias teriam sido essas que se passaram, mas não eram contadas. Tudo isso sempre soava como se fosse um RPG, hehe.


Mesmo depois de muitos anos, “Ducktales” ainda cria aquela tensão de um bom desenho animado infantil, sem depender de piadas apelativas, principalmente, diferente do que acontece hoje. Trilha sonora orquestrada única e tocante na medida certa, a narrativa bem conduzida, e uma das melhores dublagens da época, com qualidade da “Herbet Richers”. Em alguns episódios que assisti anos mais tarde me chocou um pouco a intensidade da apreciação do capitalismo, mas em contra partida, existia o famoso Manual do Escoteiro-Mirim que sempre tinha respostas para tudo e salvando o pessoal das enrascadas, mostrando – ao menos – esse lado em se realizar boas ações para com o próximo.


“Ducktales – Os Caçadores de Aventuras” contou com diversos episódios marcantes, e os que me agradaram foram os da 1ª temporada, principalmente, que inclusive foi a mais longa, com 65 episódios, dentro dos 100 que foram produzidos e exibidos – originalmente – entre 1987 e 1990. Rapidamente, os que sempre esperava para assistir era o de “Pesando Fortunas” (“Working for Scales”), o qual faz parte do arco de 4 episódios da viagem a Atlântida, em “Catch as Cash Can”; “Vender ou não Vender” (“Much Ado About Scrooge”), uma homenagem a Shakespeare, “Uma Odisséia entre Patos” (“Home Sweet Homer”), narrando as passagens da obra de Homero, em “A Odisséia”; enfim, são alguns dentre tantos que se poderiam ser comentados. Já as outras três temporadas posteriores foram mais curtas, e não curti muito os novos personagens.


Para um desenho seriado, a qualidade de animação era digna dos diversos longa-metragens da época, algo que era de ficar surpreso. A cena que Tio Patinhas e El Captain fogem do templo, com o chão desmoronando atrás deles, é de uma magnitude única, dada a bela perspectiva dos ladrinhos caindo, a animação dos personagens correndo e a própria dramaticidade da cena.


“Ducktales” se sustentava numa liberdade poética de navegar entre o real, imaginário, mitológico, futurista, e ao mesmo modo tudo tão atemporal. A série teve jogos para os console Nes (o Nintendinho) e Game Boy, mas não cheguei a jogar. Onde você controla o Tio Patinhas, e uma versão para PC. Para Mega Drive, saiu o “Quackshot”, em 1991, que lembrava muito esse estilo de aventura, viajando pelo globo atrás de pistas e tudo o mais, no entanto, o protagonista era o Pato Donald.

Versão para NES (a esquerda) e PC/Amiga/Comodore (a direita).

Por fim, como não podia deixar passar em branco, a dublagem original foi bastante rica, contado com diversas vozes que se tornariam mais tarde referências nesse mercado. Como Miriam Fischer (sendo o “Luisinho”), Selma Lopes (“Madame Patilda”), Magalhães Graça (“Leopoldo”), Francisco José (“Pão Duro MacMoney”), Carlos Marques (“Irmão Metralha – Tampinha”) e Antonio Patiño (“Tio Patinhas”), dentre muitos que poderíamos citar. E são essas que guardo na lembrança.

Comparativo dos títulos no longa-metragem e no episódio 1.

“Ducktales – O Tesouro dos Sóis Dourados” foi lançado no Brasil apenas em VHS, e foi um compilado na verdade. De qualquer forma, era um que valeria a pena ter sua conversão para DVD. Tecnicamente falando, a série contempla apenas um longa-metragem que seria “O Tesouro da Lâmpada Mágica”, o qual até o presente momento ainda não assisti. “Ducktales – Os Caçadores de Aveturas”, teve sua exibição original entre 1987 e 1990, contendo 100 episódios. No Brasil, foi exibido primeiramente no SBT e só depois que foi transmitido por outros canais.


Enfim, por hoje é só pessoal. Bom final de semana para todos.
Ateh. _o/

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4 comentários

  1. Adorei o post, muito bem explicativo e detalhado. Eu faço coleção de desenhos antigos e inclusive, tenho esse completo com todos os filmes.

    Se alguém tiver interesse em algum desenho de sua época, talvez eu possa ajudar. Tenho uma coleção grande e sem fins lucrativos, posso compartilhar sem problemas.

    Só chamar lá: Johnl.souza@icloud.com

    Parabéns pelo Blog.