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Laputa – O Castelo no Céu (1986)

No episódio de hoje, falaremos da produção seguinte, no Studio Ghibli, de nosso homenageado Hayao Miyazaki: “Laputa: O Castelo no Céu” (Tenkû no Shiro Rapyuta).


A pequena Sheeta ao fugir de piratas que invadiram o dirigível em que ela estava, acaba caíndo – literalmente – dos céus nos braços do jovem Pazu. A partir daí temos o desenrolar da nossa aventura… Descobrimos que o pequeno jovem mora sozinho, numa pequena aldeia, e trabalha numa mina. É um garoto esperto, determinado e corajoso. Ao começar assistir o filme, já simpatizei com esse vilarejo, embora tenha assistido antes de Nausicaä, são lugares muito semelhantes. Em ambos temos muito daquela coisa de cidade pequena onde todos se conhecem e se ajudam.

Com o amanhecer de um novo dia, sabemos um pouco mais da vida dos dois pequenos, que Pazu acredita na lenda do Castelo no Céu, o qual afirma que seu pai já conseguiu vê-lo durante uma tempestade. Já a garota Sheeta conta que o colar que usa está com sua família a gerações, e a pedra dele é o motivo do ataque dos piratas a aeronave que ela estava.


Porém a calmaria acaba quando os piratas encontram a vila e começam a perseguir a garota. Lembram o que falei do vilarejo a pouco? Pois então, temos uma sequência bacana em que a cidade toda resolve ajudar na fuga das crianças. Com direito a trenzinho e tudo o mais, hehe. Ah sim, gosto de trens também. Falando nisso, o filme é repleto de geringonças mecânicas voltadas bastante ao estilo steampunk, esse tipo de combinação me lembrou muito um jogo do Mega Drive, Rocket Knights Adventures, vale a pena conferir.



Os jovens Pazu e Sheeta desenvolvem uma amizade muito bonita e pura, acho que esse seja o motivo de Miyazaki desenvolver suas histórias com personagens infantis, tanto por carisma e como disse noutrora por ser o momento em que estamos na transição entre destiguir o que é o mundo real e a fantasia. (PIAGET, Jean)



A arte do longa metragem é muito bonita, mesmo nos créditos de abertura, a atenção para as ilustrações hashuradas além de terem um destaque particular, servem justamente para diferenciar do estilo do restante do desenho, visto que são pra representar momentos passados que fazem parte do coletivo histórico em comum dos personagens. Os cenários ricos em detalhes, as cenas em Laputa são extremamente lindas. E sequências, como quando os piratas vão em direção ao castelo que esta em chamas, poderiam simplesmente faze-los voando sobre campos, mas por que não colocar as pequenas aeronaves em meio a uma plantação? As reviravoltas da história são do tipo que nos envolvemos com os vilões, heróis… Tudo muito cativante. Uma das sequências que que para mim foi bastante tocante,é o momento em que Pazu resolve deixar sua vila definitivamente, e vemos ele sobrevoando sua casa e essa cada vez mais longe até perdemos ela de vista no horizonte. Ao meu ver, foi uma cena, que sem falas, apenas a música e a sequência do afastamento podem também significar tudo aquilo que deixamos para trás, as vezes mesmo sem querer isso.

Falamos da qualidade gráfica de um desenho de 25 anos atrás não deixa nada a desejar para muitas produções de hoje, vale lembrar que os desenhos eram feitos a mão, do modo tradicional. Embora com toda a tecnologia atual, vemos produções que nem se comparam aos trabalhos dirigidos por Miyazaki.



Em Laputa: O Castelo do Céu, acompanhamos uma aventura que apresenta o valor da amizade, principalmente. Tanto que ao ser lançado, ele foi associado a uma série animada do próprio Miyazaki, “Conan –  O Rapaz do Futuro” (1978), a qual teve 26 episódios, justamente pelos protagonistas serem um casal de crianças também. Todavia, não chega a ser um remake oficial, mas tem bastante elementos inspiradores.


Vemos Pazu correndo e pulando em momentos que fariam inveja para qualquer praticante de le pakour, e a pequena Sheeta mesmo sendo a donzela em perigo não sendo uma personagen irritante mas alguém de bastante carinho. Talvez isso que torne as aventuras das produções de Miyazaki tão atrativas, não apenas paras as crianças pequenas. Nessa idade dos protagonistas, o do público principal, nossa imaginação não aceita limites, e acreditamos que podemos tudo. Essa inserção em um mundo ao mesmo tempo tão real mas também tão mágico além de impressionar as crianças nos faz pensar em como encarar situações de outra forma. Acredito que Hayo não queira apenas contar uma história, mas também mostrar que não devemos perder essa alegria e vontade de viver aventuras depois que crescemos e nos trancamos em escritórios.

Enfim… as 2 horas do filme te envolvem de modo a querer assistir de novo quando acaba, afinal, tem coisa mais legal que piratas e maquinarios a vapor? 🙂


Bom final de semana pessoal.
Ateh  o/

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Nausicaä do Vale dos Ventos (1984)

Olá para todos! Como anunciado anteriormente pela Michelli, bem vindos ao mês Hayao Miyazaki. Deremos início com este, que foi o seu primeiro filme no Studio Ghibli: Nausicaä no Vale dos Ventos (Kaze no Tani no Nausicaä).


Em meio a um deserto, vemos um viajante passando por uma vila abandonada. Muito poeira suspensa faz com que ele, e seus animais de tranporte, usem máscaras para poderem respirar. Ao ter certeza que não sobreviventes no local ele parte, também. Nos créditos de abertura, é contada uma breve história sobre o por quê daquela situação. Essa apresentação é feita por meio de ilustrações sequenciadas, em um tapete, achei isso muito legal, pois retrata as primeiras tentativas da nossa sociedade em contar histórias a outras pessoas, outrora em tapetes persas. Voltando, no filme, temos o relato de que nos encontramos 1000 anos após os chamados “7 Dias de Fogo”. Nesses dias, uma antiga sociedade industrializada entrou em guerra e devastou grande parte do solo do planeta. Nesse solo contaminado de cerâmica e fuligem, nasceu uma vegetação de fungos chamada Fukai, que expele vapores venesos que são nocisos aos humanos.


Na floresta dessa vegetação, vemos uma pessoa chegando num tipo de asa-delta, e entrando no meio da mata. Miyazaki tem o poder nos teletransportar a um universo fantastico de uma maneira única. A maneira que os personagens nos são apresentados e todo o universo em que vivem, preparam o expectador para o restante da narrativa. Vemos essa pessoa andando entre esse ninho que vivem insetos com uma naturalidade e certo respeito. Nesse momento, sentimos que aquilo tudo já chega a ser normal para eles.


Parem tudo! Comunico aqui que até eesse momento, se passaram apenas 5 minutos de filme. Porque esse aviso? As produções do diretor tem essa característica de possuirem cenas muito simbólicas capazes de nos transmitir desde explicações, a emoções e contextualização de roteiro. As vezes pode passar desapercebido, mas pensemos que essa aventura foi originada do mangá de nome homônimo, o qual o próprio Hayao também produziu, logo ele tem que aproveitar em poucos minutos da película, passar informações necessárias que as vezes possam ter sido discutidas ao longo de um único volume impresso.
Finalmente vemos a conhecer que a pessoa que admira aquela floresta Fukai é nossa protagonista Nausicaä*, a qual é uma garota jovem, super ágil, corre para lá e pra cá, parece que não se cansa. Seu tranporte inseparável é o chamado Mehve, aquela asa-delta que apareceu antes, a qual ela pilota com muita destreza.


Outro fator no filme, é a grande oposição entre natureza e industrialização. Algo interessante de ser visto, como as pessoas que vivem no Vale dos Ventos, utilizam-se muito de moinhos e em contra partida, em outros reinos, maquinários pesados. Ambos são muito bonitos visualmente, desde a delicadeza das paisagens assim como a equipamentos tecnológicos em sua riqueza de detalhes. Ao lado disso, vemos a maneira como Nausicaä trata todos os seres vivos, o carinho pelos animais e a atenção as pessoas. Uma personagem de boas virtudes, que como princesa, demonstra que não é sendo esnobe ou qualquer outra picuinha a farão melhor. É alguém que facilmente tem nosso carisma.


Ao decorrer da trama, conhecemos a comandante Kushana, encarregada de uma força expedicionária. Ela tem por objetivo ressucitar um dos lendários Deus da Guerra, os quais foram usados nos “7 Dias de Fogo”, no entanto, em prol do Império Torumekiano, o qual é leal. Dessa maneira, com esses planos pretenciosos, temos muitos conflitos entre eles e o grupo de nossa princesa, e tambem a maneira como ela terá que lidar com tudo isso.


A aventura, segue um ritmo que lembrou-me muito sequências de jogos dos vídeo-game, principalmente, da franquia Final Fantasy, onde temos momentos de calmaria, conversa, e numa reviravolta estamos correndo, lutando e tentando se salvar. A trilha sonora reforça, para mim, esse detalhe. Além de cumprir muito bem seu papel, fazendo o expectador ter suas emoções ligadas aos momentos de alegria, suspense, sofrimento, reflexão… As composições num todo, me lembram um pouco a trilha sonora do filme “Labirinto (1986)”, que foi produzida pelo David Bowie. E, do mesmo modo, duas coisas me chamaram muito a atenção: poeiras/nuvens e água. Dois elementos bem complicados de se representarem, e a equipe de produção fez esse trabalho muito bem, imagino quantas folhas foram rascunhadas e desenhadas até chegarem ao resultado desejado.




Nausicaä é uma pessoa bondosa, com bravura, determinada e tem o perdão dentre suas virtudes. Essa mesma confiança que ela transmite, vemos em suas, de muitas, sequências de vôo. Parte de sua personalidade, é originada do conto japonês “A Menina que Amava Insetos”. Num plano de fundo, poderíamos até discutir se Miyazaki não teria a intenção de nos mostrar que embora a industrialização seja uma benefício, dependemos muito da natureza, que também é retratado nos créditos finais… Mas deixe-mos isso para o pensamento de cada um.


No Brasil, o mangá vem sido distribuído pela Editora Conrad, embora que com um pouco de dificuldades.


Nausicaä do Vale dos Ventos
é uma produção que eu não conhecia, mas fiquei muito feliz em poder compartilhar um pouco dela com vocês.


Então é isso, pessoal. Logo mais tem mais… Até.

*Nausicaä também foi o nome de uma das personagens que Ulisses conhece em sua viagem de volta a Ítaca, na obra literária Odisséia de Homero.

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TOP 5 da E3

Com a E3 2011 quase chegando fica a vontade de saber o que vai rolar no evento de games mais esperado do mundo. Tirando alguns rumores, nada é revelado até o evento, ficando a cabo dos gamers adivinharem o que vai rolar na feira. Resolvemos fazer um TOP 5 do que melhor pode rolar por lá.

5. XBOX 360 COM SUPORTE 3D

Depois de PlayStation 3 e Nintendo 3DS chegou a vez do Xbox 360 ganhar suporte 3d, segundo fonte do site Eurogamer o console da Microsoft não é só mais competente, mas também mais apto para proporcionar uma experiência melhor do que o Playstation 3. O 360 poderá ser configurado como full HDMI com uma resolução de 1280×1440 com um framebuffer duplo de 720p.

Questionada quando a Microsoft pretende anunciar o 3D para o seu console, a fonte apenas diz que a E3 está próxima. Então aguardemos irmãos para mais notícias.

4. THE LAST GUARDIAN

Tido como a sequência espiritual de Shadow of the Colossus (que também é a sequência espiritual de ICO), The Last Guardian foi anunciado na E3 2009 e surpreendeu e desde então, pouquíssimas informações sobre a evolução da produção do game foram lançadas, apesar do recente aviso de adiamento da data de lançamento que estava para o final de 2011 acreditamos que os executivos da Sony vão querer mostrar mais vídeos e talvez até um gameplay do jogo para tentar abafar o escândalo da PSN.

3. INFORMAÇÕES DE LANÇAMENTO DO NGP

O novo portátil da Sony fez barulho com seu anuncio no Japão, agora queremos mais detalhes, como uma lista consistente dos games para o lançamento, os anunciados até agora são fantásticos mas queremos mais, e o mais importante sobre o portátil, o preço.

2. CALL OF DUTY: MODERN WARFARE 3

A franquia de FPS da Activision, Call of Duty: Modern Warfare, chega a seu terceiro episódio e algumas semanas antes da E3 já começa a fazer barulho, ou seja, a Activision deve ter muito material para mostrar na E3. O trailer apresentado essa semana é digno de um filme de Michael Bay, e dá uma noção do conflito global que o jogador estará inserido. Confira o trailer pra ter um gostinho do que está por vir.

1. PROJECT CAFÉ DA NINTENDO

O anúncio da produção de um novo console por parte da Nintendo não surpreende ninguém, mas estamos ansiosos para saber o que a Big N guarda na manga para nos apresentar na E3 sobre seu novo console. Que novas funções ele terá, linha de jogos (Mario alguém arrisca?), preço e claro queremos ver gameplay.