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Meu Vizinho Totoro (1988)

Hoje falaremos da obra que tornou-se primeiramente mais conhecida aqui no Brasil, antes das produções exibidas em cinema, o assunto de hoje é “Meu Vizinho Totoro” (Tonari no Totoro).


Continuando nossa homenagem ao mês Miyazaki comentaremos um pouco sobre essa animação… Ao contrário dos filmes anteriores, nesse vemos algo num foco bem diferente. Nas aventuras das irmãs Satsuki e Mei vemos muito mais de uma viagem pelo imaginário infantil. Ao se mudarem para uma nova casa, que tem a lenda de ser mal assombrada, as duas irmãs começam a ter sua vida rotineira, ir pra escola, o pai ir trabalhar e casuais visitas a mãe no hospital. O que acompanharemos ao longo da película será isso.


Não temos nenhum vilão presunçoso que queria dominar o mundo ou algo do tipo, nem mesmo a trama é complexa. A primeira vez que ouvi falar sobre Meu Vizinho Totoro comentaram que ele tem um aspecto bem infantil, mas que era divertido. Ao assisti-lo entendi melhor isso.


Realmente, ele tem um lado mais fantasioso e simples que nos prende de modo a nos deixarmos levar por esse pensamento imaginário sem limites. A sequência em que Mei esta perseguindo um dos pequenos amigos de Totoro até conhece-lo é centrada apenas na irmã caçula… A linha de pensamento fica por nossa conta, em períodos que a curiosidade da criança é maior que o medo, e uma imersão em: será que é verdade?


Basicamente sob essa observação que sustenta-se a história. Se a criança sonha com aquilo, passa a ser sua realidade construída, ou seja, se no animismo ela dá vida às coisas, no realismo dá corpo, isto é, materializa as suas fantasias. Se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto. E como acontece quando a pequena Mei depois do primeiro encontro com Totoro tenta encontra-lo de volta, e seu pai diz que ela só ira revê-lo se ele deixar. O expectador fica sendo cumplice da realidade dessas crianças e cabera a ele acreditar no final se é verdade ou não.

Cena clássica do ponto de ônibus, e uma das minhas favoritas.

“Meu Vizinho Totoro” tem parte da inspiração na própria infância de Miyazaki, quando sua mãe ficou internada no hospital devido a tuberculose, além de muitas refências da obra literária “Alice no País das Maravilhas”.

No começo, as duas irmas alopradas me incomodaram um pouco, correndo pra lá e pra cá, gritando sem parar, fiquei cansado só de vê-las. Mas depois você se acostuma e acha muita graça. E o próprio pai delas demonstra exatamente o oposto, o qual sempre está calmo e sensato para cuidar das duas. Temos na narrativa a presença da carinhosa Nanny, a avó do garoto Kanta, que ajuda a família sempre demonstrando aquela imagem mesmo de vovó que temos, alguém que estimula nossa imaginação e cuida de nós quando nossos pais não estão. A popularidade do personagem fez com que sua silhueta tornar-se parte da marca do próprio Studio Ghibli.


Fica aqui a sugestão de mais esse trabalho. É um intervalo entre engenhocas mecânicas para umas férias no interior do Japão, mostrando que podemos ter histórias boas e cativantes com um roteiro, que em primeiro momento pode ser considerado simples. No Brasil saiu em VHS pela Playart, e como algumas obras do Studio, esperamos que venham a ser lançadas em DVD. Enfim, pelo menos Totoro de pelúcia todos queremos. 😀

Ateh!

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Livro: Guerra dos Tronos


[rating:5/5]

“Em A guerra dos tronos, o primeiro livro da aclamada série As crônicas de gelo e fogo, George R. R. Martin – considerado o Tolkien americano – cria uma verdadeira obra de arte, trazendo o melhor que o gênero pode oferecer. Uma história de lordes e damas, soldados e mercenários, assassinos e bastardos, que se juntam em um tempo de presságios malignos. Cada um esforçando-se para ganhar este conflito mortal: a guerra dos tronos. Mistério, intriga, romance e aventura encherão as páginas deste livro, agora também um blockbuster da HBO!”

Sinopse do Sr. Saraiva. Aproveite e compre o livro!

Guerra dos Tronos era um livro desconhecido pra mim e para a maioria dos brasileiros, mas que se tornou conhecido depois da notícia de que a HBO, emissora de canal pago dos EUA, produziria uma série em cima dos livros da coleção “Crônicas de Gelo e Fogo” do autor George R. R. Martin. No começo não levei muita fé. Estava desconfiada, mas depois dos sucessos como The Pacific e Band of Brothers, da mesma emissora, não é possível que algo de ruim sairia dela, então resolvi dar um crédito.

Minha amiga tinha o livro e os dois primeiros episódios da série me encantaram então, ela me emprestou a pequena bíblia. Carreguei ela todos os dias pra cima e pra baixo com todo o carinho e lendo em todo momento de espera, tédio, afinal, é melhor que TV. Aos poucos a história foi me cativando e lá pro meio do livro eu já estava apaixonada. Comecei com a série e depois ultrapassei no livro o que se passava na série. Acabou que não me aguentei e acabei antes da série.

Mas chega de blablablá e fala do livro!!!
O livro é grande. Mas nem por isso cansativo. A narrativa é simples e os capítulos não são muito longos, isso dá um ritmo bem rápido à leitura. Pelo menos a minha e eu tenho a mania de só parar de ler em fim de capítulo, isso ajuda muito.

Todos os capítulos são em terceira pessoa, mas cada um fala de um personagem. E nas indas e vindas de personagens na maioria das vezes há um pequeno pulo de tempo na história, mas nada para te fazer perder nada, o que eu acho que até facilita muita coisa.

No começo do livro eu confesso que fiquei perdidassa, assim como na série. Acho que ler e ver me ajudou muito, afinal, ô cara pra criar personagens! É gente que não para mais de brotar, mas ao mesmo tempo que aparecem, muitos também somem e tudo vai ficando meio confuso, mas depois e um tempo você se acostuma com todos os personagens.

Meus personagens preferidos são Daenerys, Arya e Jon, personagens que aparentam ser fracos, mas que lá no fundo terão uma participação muito maior do que a imaginada. Ou pelo menos assim espero. Os lobos também são especiais, adoro, e acho uma pena a série renegar tanto os animaizinhos, mas isto é assunto pra outro post.

A história é demais. Ação, traição, suspeitas, política medieval e aquele toque de fantasia. Não tinha como ser melhor! Chorei em algumas partes, ri com as tiradas do Tyrion… em resumo: um livrão, em todos os sentidos!

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Seriando S01E21 – Séries Brasileiras

Muitas pessoas acompanharam ou acompanham diversas séries e mini-séries brasileiras. Alguns viraram clássicos, como A Muralha, Hilda Furacão, Éramos Seis, etc. Outras são mais pro lado trash (sem preconceitos) como Carga Pesada, a atual Turma do Didi, entre outras. E tem a nostálgica A Grande Família.

Atualmente a Rede Globo está investindo em outros tipos de séries pois viram que isso está chamando bastante o público, então recentemente estrearam Tapas & Beijos, Divã, Macho Man e a mais recente, Mulher Invisível. Produções diferentes do que estamos acostumados na televisão brasileira, puxando um pouco mais pra como é feito nos sitcoms americanos.

E seguindo essa mudança nas séries brasileiras, temos 3%. Uma série de ficção científica que infelizmente não tem canal para ser exibido ainda. O piloto da série foi gravado com incentivo do Ministério da Cultura e pode ser assistido no canal do Youtube do 3% mas a primeira parte você pode ver aqui embaixo. Tenho certeza que vai querer assistir o resto.

O plot da série, de acordo com o canal deles no youtube é o seguinte:

A série acompanha a luta dos personagens para fazer parte dos 3% dos aprovados que irão para o Lado de Lá. A trama se passa em um mundo no qual todas as pessoas, ao completarem 20 anos, podem se inscrever em um processo seletivo. Apenas 3% dos inscritos são aprovados e serão aceitos em um mundo melhor, cheio de oportunidades e com a promessa de uma vida digna. O processo de seleção é cruel, composto por provas cheias de tensão e situações limites de estresse, medo e dilemas morais

Imagem dos bastidores da série 3%

Como disse antes, a série não tem canal para ser exibida, e está esperando só isso para filmar a temporada completa, já que o criador Pedro Aguilera já tem 12 episódios escritos, uma temporada completa. Então vamos fazer barulho, divulgar e pressionar os canais de televisão para que alguém produza essa série. Tanta gente se mobiliza para salvar Chuck, Fringe, Prision Break e tantas outras produções americanas, porque não fazer isso aqui no Brasil?

Além do canal do youtube, você pode saber das novidades sobre essa série através do twitter e do facebook da série.

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Livro: Guia do Mochileiro das Galáxias

Guia do Mochileiro das Galáxias

“Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, O guia do mochileiro das galáxias vem encantando gerações de leitores ao redor do mundo com seu humor afiado.
Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect.
A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do mochileiro das galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário.
Mestre da sátira, Douglas Adams cria personagens inesquecíveis e situações mirabolantes para debochar da burocracia, dos políticos, da “alta cultura” e de diversas instituições atuais. Seu livro, que trata em última instância da busca do sentido da vida, não só diverte como também faz pensar.”

Saraiva – Compre o livro digital

Como demorei tanto tempo pra ler este livro? Ah é… eu tentei ver o filme, foi uma droga e eu não quis ler. Anta. Devia ter escutado os 9027348742374 milhões de avisos: NÃO VEJA O FILME ANTES DE LER. Mas aí eu vi, achei um saco e demorei pra ler. Até que ouvi o Nerdcast sobre Douglas Adams, pedi o bendito emprestado e resolvi ler.

Capa Guia do Mochileiro das GaláxiasComo é nonsense! Como é engraçado! Como é magnífico! Realmente foi muuuuito mais do que eu esperava! Mas aviso, se você se apega à convenções sociais e não sabe levar NADA na brincadeira, você vai odiar este livro. Ele simplesmente destrói com nós, humanos e toda a sociedade. Foi incrível ler algo que é verdade e que em tons de sarcasmo mostra toda a hipocrisia do mundo. Me rendeu boas risadas no ônibus, as pessoas deviam me olhar até de soslaio e com medo.

O livro vai muito além da história nonsense e se você for parar pra pensar vai acabar surtando haha. Um livro diferente de tudo que eu já lí até hoje, com certeza. Espero que os outros volumes sejam tão bons!

Minhas passagens prediletas: o começo, quando ele descreve a minúscula e insignificante Terra, a baleia e o vaso de petúnias e a discussão entre o Super Computador e os filósofos. Mas acho que essas são as passagens mais clássicas, né?

O que é interessante é que como ouvi trechos do livro narrados pelo Guilherme Briggs no podcast, eu li o livro TODO com as entonações e a voz dele na minha cabeça. Tae, uma coisa nonsense pra ler um livro nonsense.

Tchau e obrigada pelos peixes.