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Seriando S01E21 – Séries Brasileiras

Muitas pessoas acompanharam ou acompanham diversas séries e mini-séries brasileiras. Alguns viraram clássicos, como A Muralha, Hilda Furacão, Éramos Seis, etc. Outras são mais pro lado trash (sem preconceitos) como Carga Pesada, a atual Turma do Didi, entre outras. E tem a nostálgica A Grande Família.

Atualmente a Rede Globo está investindo em outros tipos de séries pois viram que isso está chamando bastante o público, então recentemente estrearam Tapas & Beijos, Divã, Macho Man e a mais recente, Mulher Invisível. Produções diferentes do que estamos acostumados na televisão brasileira, puxando um pouco mais pra como é feito nos sitcoms americanos.

E seguindo essa mudança nas séries brasileiras, temos 3%. Uma série de ficção científica que infelizmente não tem canal para ser exibido ainda. O piloto da série foi gravado com incentivo do Ministério da Cultura e pode ser assistido no canal do Youtube do 3% mas a primeira parte você pode ver aqui embaixo. Tenho certeza que vai querer assistir o resto.

O plot da série, de acordo com o canal deles no youtube é o seguinte:

A série acompanha a luta dos personagens para fazer parte dos 3% dos aprovados que irão para o Lado de Lá. A trama se passa em um mundo no qual todas as pessoas, ao completarem 20 anos, podem se inscrever em um processo seletivo. Apenas 3% dos inscritos são aprovados e serão aceitos em um mundo melhor, cheio de oportunidades e com a promessa de uma vida digna. O processo de seleção é cruel, composto por provas cheias de tensão e situações limites de estresse, medo e dilemas morais

Imagem dos bastidores da série 3%

Como disse antes, a série não tem canal para ser exibida, e está esperando só isso para filmar a temporada completa, já que o criador Pedro Aguilera já tem 12 episódios escritos, uma temporada completa. Então vamos fazer barulho, divulgar e pressionar os canais de televisão para que alguém produza essa série. Tanta gente se mobiliza para salvar Chuck, Fringe, Prision Break e tantas outras produções americanas, porque não fazer isso aqui no Brasil?

Além do canal do youtube, você pode saber das novidades sobre essa série através do twitter e do facebook da série.

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Livro: Guia do Mochileiro das Galáxias

Guia do Mochileiro das Galáxias

“Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, O guia do mochileiro das galáxias vem encantando gerações de leitores ao redor do mundo com seu humor afiado.
Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect.
A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do mochileiro das galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário.
Mestre da sátira, Douglas Adams cria personagens inesquecíveis e situações mirabolantes para debochar da burocracia, dos políticos, da “alta cultura” e de diversas instituições atuais. Seu livro, que trata em última instância da busca do sentido da vida, não só diverte como também faz pensar.”

Saraiva – Compre o livro digital

Como demorei tanto tempo pra ler este livro? Ah é… eu tentei ver o filme, foi uma droga e eu não quis ler. Anta. Devia ter escutado os 9027348742374 milhões de avisos: NÃO VEJA O FILME ANTES DE LER. Mas aí eu vi, achei um saco e demorei pra ler. Até que ouvi o Nerdcast sobre Douglas Adams, pedi o bendito emprestado e resolvi ler.

Capa Guia do Mochileiro das GaláxiasComo é nonsense! Como é engraçado! Como é magnífico! Realmente foi muuuuito mais do que eu esperava! Mas aviso, se você se apega à convenções sociais e não sabe levar NADA na brincadeira, você vai odiar este livro. Ele simplesmente destrói com nós, humanos e toda a sociedade. Foi incrível ler algo que é verdade e que em tons de sarcasmo mostra toda a hipocrisia do mundo. Me rendeu boas risadas no ônibus, as pessoas deviam me olhar até de soslaio e com medo.

O livro vai muito além da história nonsense e se você for parar pra pensar vai acabar surtando haha. Um livro diferente de tudo que eu já lí até hoje, com certeza. Espero que os outros volumes sejam tão bons!

Minhas passagens prediletas: o começo, quando ele descreve a minúscula e insignificante Terra, a baleia e o vaso de petúnias e a discussão entre o Super Computador e os filósofos. Mas acho que essas são as passagens mais clássicas, né?

O que é interessante é que como ouvi trechos do livro narrados pelo Guilherme Briggs no podcast, eu li o livro TODO com as entonações e a voz dele na minha cabeça. Tae, uma coisa nonsense pra ler um livro nonsense.

Tchau e obrigada pelos peixes.

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Laputa – O Castelo no Céu (1986)

No episódio de hoje, falaremos da produção seguinte, no Studio Ghibli, de nosso homenageado Hayao Miyazaki: “Laputa: O Castelo no Céu” (Tenkû no Shiro Rapyuta).


A pequena Sheeta ao fugir de piratas que invadiram o dirigível em que ela estava, acaba caíndo – literalmente – dos céus nos braços do jovem Pazu. A partir daí temos o desenrolar da nossa aventura… Descobrimos que o pequeno jovem mora sozinho, numa pequena aldeia, e trabalha numa mina. É um garoto esperto, determinado e corajoso. Ao começar assistir o filme, já simpatizei com esse vilarejo, embora tenha assistido antes de Nausicaä, são lugares muito semelhantes. Em ambos temos muito daquela coisa de cidade pequena onde todos se conhecem e se ajudam.

Com o amanhecer de um novo dia, sabemos um pouco mais da vida dos dois pequenos, que Pazu acredita na lenda do Castelo no Céu, o qual afirma que seu pai já conseguiu vê-lo durante uma tempestade. Já a garota Sheeta conta que o colar que usa está com sua família a gerações, e a pedra dele é o motivo do ataque dos piratas a aeronave que ela estava.


Porém a calmaria acaba quando os piratas encontram a vila e começam a perseguir a garota. Lembram o que falei do vilarejo a pouco? Pois então, temos uma sequência bacana em que a cidade toda resolve ajudar na fuga das crianças. Com direito a trenzinho e tudo o mais, hehe. Ah sim, gosto de trens também. Falando nisso, o filme é repleto de geringonças mecânicas voltadas bastante ao estilo steampunk, esse tipo de combinação me lembrou muito um jogo do Mega Drive, Rocket Knights Adventures, vale a pena conferir.



Os jovens Pazu e Sheeta desenvolvem uma amizade muito bonita e pura, acho que esse seja o motivo de Miyazaki desenvolver suas histórias com personagens infantis, tanto por carisma e como disse noutrora por ser o momento em que estamos na transição entre destiguir o que é o mundo real e a fantasia. (PIAGET, Jean)



A arte do longa metragem é muito bonita, mesmo nos créditos de abertura, a atenção para as ilustrações hashuradas além de terem um destaque particular, servem justamente para diferenciar do estilo do restante do desenho, visto que são pra representar momentos passados que fazem parte do coletivo histórico em comum dos personagens. Os cenários ricos em detalhes, as cenas em Laputa são extremamente lindas. E sequências, como quando os piratas vão em direção ao castelo que esta em chamas, poderiam simplesmente faze-los voando sobre campos, mas por que não colocar as pequenas aeronaves em meio a uma plantação? As reviravoltas da história são do tipo que nos envolvemos com os vilões, heróis… Tudo muito cativante. Uma das sequências que que para mim foi bastante tocante,é o momento em que Pazu resolve deixar sua vila definitivamente, e vemos ele sobrevoando sua casa e essa cada vez mais longe até perdemos ela de vista no horizonte. Ao meu ver, foi uma cena, que sem falas, apenas a música e a sequência do afastamento podem também significar tudo aquilo que deixamos para trás, as vezes mesmo sem querer isso.

Falamos da qualidade gráfica de um desenho de 25 anos atrás não deixa nada a desejar para muitas produções de hoje, vale lembrar que os desenhos eram feitos a mão, do modo tradicional. Embora com toda a tecnologia atual, vemos produções que nem se comparam aos trabalhos dirigidos por Miyazaki.



Em Laputa: O Castelo do Céu, acompanhamos uma aventura que apresenta o valor da amizade, principalmente. Tanto que ao ser lançado, ele foi associado a uma série animada do próprio Miyazaki, “Conan –  O Rapaz do Futuro” (1978), a qual teve 26 episódios, justamente pelos protagonistas serem um casal de crianças também. Todavia, não chega a ser um remake oficial, mas tem bastante elementos inspiradores.


Vemos Pazu correndo e pulando em momentos que fariam inveja para qualquer praticante de le pakour, e a pequena Sheeta mesmo sendo a donzela em perigo não sendo uma personagen irritante mas alguém de bastante carinho. Talvez isso que torne as aventuras das produções de Miyazaki tão atrativas, não apenas paras as crianças pequenas. Nessa idade dos protagonistas, o do público principal, nossa imaginação não aceita limites, e acreditamos que podemos tudo. Essa inserção em um mundo ao mesmo tempo tão real mas também tão mágico além de impressionar as crianças nos faz pensar em como encarar situações de outra forma. Acredito que Hayo não queira apenas contar uma história, mas também mostrar que não devemos perder essa alegria e vontade de viver aventuras depois que crescemos e nos trancamos em escritórios.

Enfim… as 2 horas do filme te envolvem de modo a querer assistir de novo quando acaba, afinal, tem coisa mais legal que piratas e maquinarios a vapor? 🙂


Bom final de semana pessoal.
Ateh  o/

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Nausicaä do Vale dos Ventos (1984)

Olá para todos! Como anunciado anteriormente pela Michelli, bem vindos ao mês Hayao Miyazaki. Deremos início com este, que foi o seu primeiro filme no Studio Ghibli: Nausicaä no Vale dos Ventos (Kaze no Tani no Nausicaä).


Em meio a um deserto, vemos um viajante passando por uma vila abandonada. Muito poeira suspensa faz com que ele, e seus animais de tranporte, usem máscaras para poderem respirar. Ao ter certeza que não sobreviventes no local ele parte, também. Nos créditos de abertura, é contada uma breve história sobre o por quê daquela situação. Essa apresentação é feita por meio de ilustrações sequenciadas, em um tapete, achei isso muito legal, pois retrata as primeiras tentativas da nossa sociedade em contar histórias a outras pessoas, outrora em tapetes persas. Voltando, no filme, temos o relato de que nos encontramos 1000 anos após os chamados “7 Dias de Fogo”. Nesses dias, uma antiga sociedade industrializada entrou em guerra e devastou grande parte do solo do planeta. Nesse solo contaminado de cerâmica e fuligem, nasceu uma vegetação de fungos chamada Fukai, que expele vapores venesos que são nocisos aos humanos.


Na floresta dessa vegetação, vemos uma pessoa chegando num tipo de asa-delta, e entrando no meio da mata. Miyazaki tem o poder nos teletransportar a um universo fantastico de uma maneira única. A maneira que os personagens nos são apresentados e todo o universo em que vivem, preparam o expectador para o restante da narrativa. Vemos essa pessoa andando entre esse ninho que vivem insetos com uma naturalidade e certo respeito. Nesse momento, sentimos que aquilo tudo já chega a ser normal para eles.


Parem tudo! Comunico aqui que até eesse momento, se passaram apenas 5 minutos de filme. Porque esse aviso? As produções do diretor tem essa característica de possuirem cenas muito simbólicas capazes de nos transmitir desde explicações, a emoções e contextualização de roteiro. As vezes pode passar desapercebido, mas pensemos que essa aventura foi originada do mangá de nome homônimo, o qual o próprio Hayao também produziu, logo ele tem que aproveitar em poucos minutos da película, passar informações necessárias que as vezes possam ter sido discutidas ao longo de um único volume impresso.
Finalmente vemos a conhecer que a pessoa que admira aquela floresta Fukai é nossa protagonista Nausicaä*, a qual é uma garota jovem, super ágil, corre para lá e pra cá, parece que não se cansa. Seu tranporte inseparável é o chamado Mehve, aquela asa-delta que apareceu antes, a qual ela pilota com muita destreza.


Outro fator no filme, é a grande oposição entre natureza e industrialização. Algo interessante de ser visto, como as pessoas que vivem no Vale dos Ventos, utilizam-se muito de moinhos e em contra partida, em outros reinos, maquinários pesados. Ambos são muito bonitos visualmente, desde a delicadeza das paisagens assim como a equipamentos tecnológicos em sua riqueza de detalhes. Ao lado disso, vemos a maneira como Nausicaä trata todos os seres vivos, o carinho pelos animais e a atenção as pessoas. Uma personagem de boas virtudes, que como princesa, demonstra que não é sendo esnobe ou qualquer outra picuinha a farão melhor. É alguém que facilmente tem nosso carisma.


Ao decorrer da trama, conhecemos a comandante Kushana, encarregada de uma força expedicionária. Ela tem por objetivo ressucitar um dos lendários Deus da Guerra, os quais foram usados nos “7 Dias de Fogo”, no entanto, em prol do Império Torumekiano, o qual é leal. Dessa maneira, com esses planos pretenciosos, temos muitos conflitos entre eles e o grupo de nossa princesa, e tambem a maneira como ela terá que lidar com tudo isso.


A aventura, segue um ritmo que lembrou-me muito sequências de jogos dos vídeo-game, principalmente, da franquia Final Fantasy, onde temos momentos de calmaria, conversa, e numa reviravolta estamos correndo, lutando e tentando se salvar. A trilha sonora reforça, para mim, esse detalhe. Além de cumprir muito bem seu papel, fazendo o expectador ter suas emoções ligadas aos momentos de alegria, suspense, sofrimento, reflexão… As composições num todo, me lembram um pouco a trilha sonora do filme “Labirinto (1986)”, que foi produzida pelo David Bowie. E, do mesmo modo, duas coisas me chamaram muito a atenção: poeiras/nuvens e água. Dois elementos bem complicados de se representarem, e a equipe de produção fez esse trabalho muito bem, imagino quantas folhas foram rascunhadas e desenhadas até chegarem ao resultado desejado.




Nausicaä é uma pessoa bondosa, com bravura, determinada e tem o perdão dentre suas virtudes. Essa mesma confiança que ela transmite, vemos em suas, de muitas, sequências de vôo. Parte de sua personalidade, é originada do conto japonês “A Menina que Amava Insetos”. Num plano de fundo, poderíamos até discutir se Miyazaki não teria a intenção de nos mostrar que embora a industrialização seja uma benefício, dependemos muito da natureza, que também é retratado nos créditos finais… Mas deixe-mos isso para o pensamento de cada um.


No Brasil, o mangá vem sido distribuído pela Editora Conrad, embora que com um pouco de dificuldades.


Nausicaä do Vale dos Ventos
é uma produção que eu não conhecia, mas fiquei muito feliz em poder compartilhar um pouco dela com vocês.


Então é isso, pessoal. Logo mais tem mais… Até.

*Nausicaä também foi o nome de uma das personagens que Ulisses conhece em sua viagem de volta a Ítaca, na obra literária Odisséia de Homero.