Em alguns dias eu me sinto mais louca que o normal. Minha cabeça vai e vem num turbilhão de pensamentos que me transformam numa montanha russa ambulante, dez minutos de felicidade e logo depois estou na tão temida bad. Acontece que de uns tempos pra cá eu tenho conseguido externar esses sentimentos, seja pra pessoas próximas ou pra quem me segue no Snapchat ou no InstaStories Opa segue eu: merylliel, e isso era algo realmente difícil pra mim. Me abrir significa expor minhas fraquezas, deixar as feridas expostas e com isso fazer todo mundo perceber que eu sou toda errada da cabeça, pelo menos, esta é a visão que eu tinha.
Nessas divagações e conversas com amigos eu descobri que tudo que eu sinto, minhas dúvidas, meus medos, minhas loucuras, não são loucuras sozinhas e vazias no mundo. Teve gente que me abraçou quando contei o que sentia, pois o sentimento era mútuo. Teve gente que comentou que também se sente frustrado por x,y e z. E gente que mandou corações e disse que também pensa assim. Então nesse meio tempo de abrir um pouco as janelas da minha cabeça pra arejar, eu me vi menos maluca, menos ansiosa do que realmente sou. Na verdade eu sou, mas ao contrário do que eu imaginava estamos todos no mesmo barco, desgovernado, cheio dos mesmos medos e incertezas.
A vida vai moldando a gente e deixando aquelas marcas incômodas de coisas que passaram e a gente carrega elas pra sempre. Alguns acontecimentos podem desencadear um sentimento ruim, no meu caso às vezes acontecimentos bem no passado, coisas que provavelmente só eu lembro, mas esses dias uma pessoa que parece ser sábia e é bem vivida disse: “o que passou, passou, não vai mais voltar, pra quê se preocupar?”. Quando a gente lê “águas passadas não movem moínhos”, pode não significar muita coisa, mas naquele momento, naquela hora, eu peguei a frase pra mim e resolvi começar a esquecer essas coisas que me incomodam, deixar as marcas sumirem. Não é fácil, mas a gente tenta, tudo pelo bem de uma mente tranquila e mais sóbria. Quero deixar o que esses momentos me ensinaram e deixar pra lá o que não agrega, porque dessa vida não se leva nada, só a vida que a gente leva.