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Lupin III: O Castelo de Cagliostro (1979)

Bom, primeiramente, desculpem o atraso, os últimos dias foram corridos, atrás de cursos, locais de Pós, editais, comissão de formatura, enfim… Achei que existia vida após a faculdade, até que existe, mas não como esperava, haha. Mas vamos ao que interessa, que essa semana vamos falar de uma produção bem bacana que finalmente tive chance de assistir e valeu a pena, hoje é dia de “Lupin III: O Castelo de Cagliostro” (The Castle of Cagliostro / Rupan sansei: Kariosutoro no shiro).


Iniciemos com um comentário técnico, o filme foi escrito e dirigido por ninguém menos que Haiyo Miyazaki. Daí os mais assíduos podem perguntar por que não comentamos sobre ele no Especial Miyazaki do ano passado, aqui no Chocottone. Bom, esse filme é da fase pré-Studio Ghibli do diretor, por isso deixamos de lado naquele momento, mas agora, sendo devidamente comentado.


Para quem não conhece, Lupin III é, originalmente, uma série de mangá lançada lá em 1967. Nela conhecemos esse intrépido personagem Arsène Lupin III, neto do maior ladrão do mundo Arsène Lupin (personagem do francês Maurice Leblanc). O jovem rapaz se envolve nas mais diversas situações para cometer seus crimes, e saindo ileso delas. Seu braço direito, Daisuke Jigen, é um especilista em armas, que tem uma pontaria impecável, e é um sujeito que sempre esta com o chapéu cobrindo os olhos. Eventualmente, quando a situação fica feia, eles entram em contato com o mestre espadachim Goemon Ishikawa XIII, o qual possuí uma espada que corta qualquer coisa. Outrora, eles encontram o interesse amoroso de Lupin, a jovem Fujiko Mine, que quando lhe convém ajuda a trupe, senão é uma forte rival. E o antagonista na trama toda acaba – ironicamente – sendo o inspetor Koichi Zenigata, que algumas raras vezes conseguiu capturar Lupin (o III no caso, e será a esse que iremos no referir no texto), mas ficava esperando ele escapar, só para persegui-lo de volta. Com as devidas apresentações vamos ao filme.


Após um assalto bem sucedido a um cassino, Lupin e Jigen escapam com uma farta quantia de dinheiro. Porém, após a fuga, percebem que o dinheiro todo era falso, as quais eram notas que muita gente achava ser apenas lenda. Sabendo que elas realmente existiam, Lupin decide descobrir onde elas são fabricadas. Porém, durante sua viagem, acabam encontrando uma noiva em fuga, e lógico que resolvem ajuda-la. Essa sequência sendo umas das mais emblemáticas do filme.



Na verdade, descobrimos que Lupin é um conquistador, mas nessa sequência e em muitas outras, o que me chama a atenção é a sintonia entre a dupla de ladrões, que muitas vezes sem falar nada, já se entendem o que farão na sequência. Bom, acabam salvando a noiva do apuro que estava, mas nessa investida, Lupin acaba se machucando, e ela vem a ser capturada, sendo levada para o Castelo Cagliostro.


Contudo, a garota deixou com Lupin um anel que tinha um emblema de um bode de prata. Eles tentam conseguir informações no vilarejo próximo ao castelo, e se preparam para invadir o lugar. Mas a noite, acabam sendo atacados pelos capangas do Conde que mantém a noiva presa na torre do castelo. Vale resaltar, que os personagens tem uma licença poética com leis da física para suas ações de pular, correr, quebrar… enfim, ao assistir vocês entederão melhor isso.



Os dois ladrões conseguem escapar das sombras do Conde, e Lupin, petulante, ainda manda um recado que irá resgastar a noiva. Logo, Zenigata chega para tentar proteger o castelo da investida do meliante, porém o Conde, querendo esconder algo, tendos seus contatos na Interpol, consegue ordenar que o inspetor se retire. No entanto, mesmo com a ordem, tanto ele quanto Lupin caem numa armadilha e acabam tendo que fazer uma trégua para escaparem de um calabouço.



Mesmo com a ajuda de Fujiko, para salvarem Clarisse – a noiva – Lupin acaba se ferindo, e Zenigata ajuda-o na fuga. Felizmente, após ficar alguns dias de molho, ele se recupera para dar o troco ao Conde.



As sequências apesarem de ser um pouco surreal, pelo fato de Lupin sempre escapar, não prejudicam a narrativa. Como o momento em que ele tenta alcaçar a torre, por cima dos telhados, se você tem medo de altura ficara angustiado. Mas isso são apenas características, eu diria, da produção, não negativando. Apesar de tudo, o protagonista é bastante perspicaz e tem carisma que mesmo sendo, moralmente o errado da sociedade, você torce para que ele se dê bem.





Algumas coisas legais, por ter assistindo só agora o filme, foram referências que ficam para gente, como alguns ângulos de câmeras usados, o modo dos personagens correr que me lembraram muito “Nausicäa do Vale dos Ventos”, ou mesmo as cenas finais, que apesar de todos os conflitos entre os personagens, o clima que se encerra a narrativa lembra muito, também, “Laputa – O Castelo do Céu”. Uma das falas de Fujiko, descreve a produção, seja mangá, série, filmes, games, perfeitamente, para mim: “As vezes somos aliados, as vezes somos inimigos. As vezes somos até amantes.”, creio que isso resuma muita coisa.


“Lupin III – O Castelo de Cagliostro” é uma bonita produção que tem elementos muito legais de uma narrativa de aventura, você se envolve com os personagens, os cenários te impressionam, um dos pontos fortes também é a trilha sonora, e você fica preso até o final para descobrir o segredo que escondem no castelo. Enfim, mesmo sendo uma produção mais antiga, podemos ver que desde aquela época Miyazaki já levava jeito para as produções mais conhecidas de hoje.


Recentemente, o filme foi relançado numa edição especial que para quem não conhece é uma ótima oportunidade de aproveitar essa divertida aventura. Agora estou curioso para conhecer os outros 5 longas que foram produzidos além desse, o OVA, e os jogos –  porque ao longo dos anos diversos foram lançados, vamos ver se encontro algum pra me entreter.

A esquerda, game para MSX do filme, lançado só em 1987; e a direita, o screenshot do game Lupin the 3rd Treasure of the Sorcerer King (2002) para PS2.

 

Lançamento especial de figuras em PVC dos personagens do filme: Fujiko (previsão para março de 2012); Lupin e Jigen – durante a cena da perseguição (lançado em dezembro de 2011).

No Brasil, tivemos a exibição da série animada no extinto canal Locomotion, sendo exibido sob o nome de Cliff Hanger, e tendo alguns episódios que vieram a ser dirigidos por Haiyo Miyazaki, também, sendo produzida 3 séries para televisão. Em alguns países latinos, Fujiko foi chamada de Vanessa, e na série era ruiva. Apesar do clima de aventura, os episódios sempre me davam a impressão de uma trama triste, sempre torcia pro casal ficar junto, mas um ficava trapaciando o outro, e nunca se acertavam… ¬¬’


Como daqui uns dias tem feriado, então compenso o atraso desse final de semana.
Boa semana para todos!
Ateh o/

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Projeto #365 – 22/28


Dia 22 – A Jane é uma linda cachorroza que vive na república do meu namorado. Difícil tirar foto dela, ela sempre está com cara de carente.


Dia 23 – Eu e o namorado não usamos alianças, mas como vim morar em outra cidade resolvi deixar uma lembrança com ele. Essa foi minha escolha.


Dia 24 – Fazia tempo que eu não desenhava por simplesmente desenhar. Esqueço como eu relaxo fazendo isso.


Dia 25 – Últimos dias morando na república. Foram dias maravilhosos ao lado de lindas companheiras. Tudo vai deixar saudade dessa vida.


Dia 26 – Depois de um ano de espera, aí está meu diploma!


Dia 27 – Dia de juntar mudança.


Dia 28 – Aproveitando cada segundo com o namorado. Agora vamos nos ver menos. Isso é triste.

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Cavalo de Guerra + Bela e a Fera 3D

Cavalo de Guerra [rating:4/5] “Ted Narracot (Peter Mullan) é um camponês destemido e ex-herói de guerra. Com problemas de saúde e bebedeiras, batalha junto com a esposa Rose (Emily Watson) e o filho Albert (Jeremy Irvine) para sobreviver numa fazenda alugada, propriedade de um milionário sem escrúpulos (David Tewlis). Cansado da arrogância do senhorio, decide enfrentá-lo em um leilão e acaba comprando um cavalo inadequado para os serviços de aragem nas suas terras. O que ele não sabia era que seu filho estabeleceria com o animal um conexão jamais imaginada. Batizado de Joey pelo jovem, os dois começam seus treinamentos e desenvolvem aptidões, mas a 1ª Guerra Mundial chegou e a cavalaria britânica o leva embora, sem que Albert possa se alistar por não ter idade suficiente. Já nos campos de batalha e durante anos, Joey mostra toda a sua força e determinação, passando por diversas situações de perigo e donos diferentes, mas o destino reservava para ele um final surpreendente.”

Quando descobri que o filme seria a história de um cavalo, não acreditei que fosse gostar do filme, mas ele consegue ser encantador. Uma linda história de amizade, lealdade e força. Mas como está no Oscar, eu juro que não está entre minhas apostas para o vencedor, apesar de um filme gostoso de se assistir, eu acho que ele se encaixa muito na Sessão da Tarde.

Bela e a Fera 3D [rating:4/5] “Em uma pequena aldeia da França vive Belle, uma jovem inteligente que é considerada estranha pelo moradores da localidade, e seu pai, Maurice, um inventor que é visto como um louco. Ela é cortejada por Gaston, que quer casar com ela. Mas apesar de todas as jovens do lugarejo o acharem um homem bonito, Belle não o suporta, pois vê nele uma pessoa primitiva e convencida. Quando o pai de Belle vai para uma feira demonstrar sua nova invenção, ele acaba se perdendo na floresta e é atacado por lobos. Desesperado, Maurice procura abrigo em um castelo, mas acaba se tornando prisioneiro da Fera, o senhor do castelo, que na verdade é um príncipe que foi amaldiçoado por uma feiticeira quando negou abrigo a ela.

Quando Belle sente que algo aconteceu ao seu pai vai à sua procura. Ela chega ao castelo e lá faz um acordo com a Fera: se seu pai fosse libertado ela ficaria no castelo para sempre. A Fera concorda e todos os “moradores” do castelo, que lá vivem e também foram transformados em objetos falantes, sentem que esta pode ser a chance do feitiço ser quebrado. Mas isto só acontecerá se a Fera amar alguém e esta pessoa retribuir o seu amor, sendo que isto tem de ser rápido, pois quando a última pétala de uma rosa encantada cair o feitiço não poderá ser mais desfeito.”

Depois de anos assistindo este desenho, eu tinha que ver em 3D! Era questão de honra, depois de ter perdido “O Rei Leão”, eu tinha a missão de assistir um dos meus desenhos prediletos. Fui assistir sozinha em uma sala repleta de pais e filhos e por alguns minutos eu fui criança de novo. O 3D foi divertido, mas como o filme é uma animação 2D, e não digital como “Procurando Nemo”, algumas partes me faziam lembrar um pop-up book. Mas a cena de “Be Your Guest” e a dança foram lindas demais! Valeu a pena ter ido ao cinema correndo pra conferir esse clássico.

Sinopses por Cinema com Rapadura

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O Segredo de Kells (2009)

Para a recomendação dessa semana, falaremos de desse filme que a tempos estava querendo assistir. Então, aqui no Chocottone, vamos comentar um pouco do longa metragem animado “O Segredo de Kells” (The Secret of Kells).


Desde a primeira vez que vi o trailer, tive vontade de assisti-lo, e noutro dia tive a oportunidade e achei que seria legal compartilhar com o pessoal. Na história conhecemos o pequeno Brendan, que ajuda no vilarejo de Kells em que viveu sempre. Devido a isso, ele tem muita curiosidade em conhecer o mundo “lá fora”, porém seu tio, o abedo Cellach, impedo sua saída, além dos muros, devido aos perigos existentes.


Percebemos que a preocupação obsessiva do abedo Cellach, com a construção de um poderoso muro ao redor da vila, para sua proteção contra os Vikings do norte que vem devastando todos os lugares que passam. Contudo, essa atitude por parte do tio de Brendan, acaba sendo um tanto ofuscante para ele perceber como segue a vida do garoto. Este que gostaria de ajudar mais com a produção do livro que contaria a história do lugar.



Um certo dia, o lendário mestre de ilustração, irmão Aidan chega na vila, após a ilha de Iona, onde vivia, ser dizimada pelo ataque dos Vikings. O pequeno Brendan fica curioso pra saber detalhes do livro que ele escrevia, e se torna muito amigo, de velho desenhista. Este, por sua vez, acaba influenciando muito nas decisões do garoto, e algumas mesmo indo contra as vontade das de seu tio.


Numa dessas ocasiões, irmão Aidan pede que Brendan consiga umas sementes para fazer a cor de uma tinta, e só indo além dos muros, na floresta ele as conseguiria. Ele acaba sendo acompanhado pelo gato do desenhista, Pangur Ban. Porém, os dois acabam se perdendo na floresta, e são atacados por uma alcatéia, que no último instante, para o confronto quando chega um lobo branco.



Aidan e Pangur, conhecem a jovem Aisling que vive na floresta, e ela acaba ajudando-os a encontrar as sementes de que precisam. A sequência da árvore de carvalho é bem bacana, do mesmo modo que ao chegarem ao topo e verem as copas das árvores e a vila com o muro em construção. No entanto, na hora de ir embora, Brendan, curioso, acaba pegando outro caminho e encontra a entrada da caverna de Crom Cruach, um terrível deus pagão, onde só existe escuridão. Felizmente, Aisling consegue salvar o garoto antes que algo de pior acontecesse.




Porém, com o passar dos dias, o abedo acaba descobrindo que Brendan seguia para a floresta, passava tempo demais no monasterio e ajudando de menos na construção do muro. Até que chega a ficar preso em seu quarto, mas com ajuda de Aisling e Pangur, consegue se libertar e dessa maneira continua ajudando a ilustrar o livro, com o irmão Aidan.




Numa das idas a floresta, Brendan decide ir até a caverna de Crom para conseguir um cristal que pode ajuda-lo nas ilustrações. É uma sequência sensacional, não apenas na arte, mas na maneira surreal de representarem o deus, como o garoto tem que agir pra enfrenta-lo, e para aqueles que tiveram aquele celular Nokia, da década passada, se indentificarão bastante.



Apesar dos avisos de Aidan, Cellach mantém-se irredutível enquanto ao plano de construir o muro, acreditanto ser a melhor forma de se defenderem dos Vikings. Infelizmente, durante o ataque, antes do que o abedo esperava, acaba sendo inútil, e vemos a vila de Kells ser dizimada. E ao mesmo tempo, vemos que o o pretencionismo do tio de Bredan, foi a principal causa do massacre. O irmão Aidan, Brendan e Pangur conseguem escapar, mas a que custo?



A cena de abertura já é um detalhe a parte quando se vai assistir. O estilo de ilustração usado saí um pouco do que estamos acostumados a assistir, pois é um traço que ao mesmo tempo sendo simples, traduz muito do que tem que ser expresso. As vezes temos a ilusão de que fazer um desenho mais simplificado pode ser mais fácil, no entanto, ele deve possuir grande essência para ele representar o que desejamos. No caso, isso pode ser a própria característica do trabalho, algo que comento bastante nas Oficinas que ministro, pois pensamos em fazer sempre algo parecido com o que já existe, mas esse diferencial pode acabar sendo o principal destaque numa produção.


“O Segredo de Kells”,  foi uma produção em parceria entre Bélgica, Irlanda e França, que me agradou bastante. Além do grande trabalho em animação 2D, o posicionamente das cameras me lembrou muito jogos de vídeo-game de visão lateral (sidescrolling), a própria movimentação dos personagens nos cenários mostram isso. Esse estilo usado me lembrou a produção animada seriada Wakfu, que também é muito bacana. É bem interessante observar também nos diálogos, entre os personagens a maneira que se referem a lugares, que me soou muito com um ar de RPG, por sua vez: “Iona é muito longe, no mar. Onde qualquer ilha deveria estar”.






Se tiverem a oportunidade de assistir, poderão apreciar também a linda trilha sonora com um ar de música celta, acredito que apreciarão bastante. O filme recebeu diversos prêmios e indicações, dentre elas para “Melhor Animação” no Oscar. Por hora ficamos por aqui.


Bom final de semana para todos.
Ateh!