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A Espada Era A Lei (1963)

Falar sobre um filme da Disney é sempre uma tarefa complicada, apesar de fazer parte do gosto comum de fãs de animação em geral, são produções que inspiraram muitos desenhistas e animadores a aprenderem, e superarem, no desenvolvimento de outros projetos similares. Desse modo, é sempre uma área delicada de se comentar, justamente, pela bagagem técnica que trazem. Mas isso nunca deixou de tornar menos agradavél as indicações de sexta-feiras… 🙂

Assim sendo, hoje, falaremos desse filme que foi baseado no livro de T. H. White, de mesmo nome e datado de 1938, e que veio a ser dirigido por Wolfgang Reitherman: “A Espada Era A Lei” (The Sword in the Stone).

Primeiramente, o filme já começa com uma introdução tipográfica onde os créditos iniciais lembram muito os contos medievais. Interessante observar também, que nos filmes de antigamente esses mesmos créditos, eram apresentados quase que integralmente antes de iniciar o filme. Outro detalhe, é que a escolha da fonte utilizada, que além de ser uma prévia do tema, já ambienta o espectador para a narrativa. Estava pensando como o uso de tipos remetem ao universo medieval, e como isso faz parte de um grande repertório comum, que até esquecemos como foi o nosso primeiro contato dentro desse contexto.

Enfim… o filme tem seu início (agora sim) apresentando a história de uma espada presa numa pedra (na real é em uma bigorna, mas só mencionam isso no final), sendo que aquele que conseguisse o feito de tira-la, seria considerado o rei da Inglaterra. No entando, diversos cavaleiros tentaram, e o país acabou caíndo num período de trevas.

Conhecemos então, o lendário Mago Merlin, que está reclamando de toda essa situação que não se resolve. No entanto, ele comenta com sua sábia – e mal humorada – coruja, Arquimedes, que eles receberão a visita de alguém nobre que podera mudar tudo isso.

Eis que durante uma caçada, o garoto Wart acaba se perdendo na floresta e encontra a casa do mago, que começa a lhe contar sobre o futuro, séculos que ainda virão, e ele comenta que o rapaz tem algo de bom, mas não se lembra exatamente o que. Assim sendo, ele resolve voltar com o garoto para o castelo em que ele mora.

Ao chegar lá, sabemos que Wart foi adotado por Sir Ector, mantém o jovem com diversos afazeres na cozinha, além de ajudar seu filho legítimo, Kay, apesar desse achar isso desnecessário. Merlin percebe, então, que o menino era muito menosprezado, e que suas ambições era humildes, pois ele sonhava em se tornar um escudeiro.


Diante de tais circunstâncias, Merlin tenta educar o menino, mostrando diversas ocasiões em que não basta ter força bruta, mas sim, raciocínio para contornar o inesperado, e calma mesmo nos momentos de maiores perigo. Essas lições são dadas, transformando o pequeno jovem, em diversos animais, mostrando que todos eles encaram um tipo de dificuldade. É válido comentar, que há um lobo na narrativa que passa o filme todo caçando o garoto, mas o coitado, só sofre… Não só ele, mas também o momento em que ele se transforma em esquilo, que é um rompante de fofura, (momento *own* do filme), mas também triste quando acaba a sequência… =(

Em “A Espada Era A Lei”, é um filme que, antes de tudo, nos mostra diferentes maneiras em como lidar com situações inesperadas que iremos encontrar em nossos caminhos, e que não estarão sob nosso controle. E sempre com o toque das produções de Walt Disney, onde o personagem generoso e de bom coração, acaba sendo recompensado no final.

A película, me encheu os olhos graficamente, que ao contrário do filme que comentamos semana passada, é uma riqueza diferente dos desenhos feitos a mão, que muitas vezes é possível reparar nos riscos a lápis (como acontecia também em Aristogatas), e a própria colorização, como nas cenas após a chuva, o trabalho sensacional em relação aos cenários, e o contraste com os personagens, que em alguns momentos, também é possível perceber que estavam em outra célula enquanto era feito o registro.

Ao assistir a sequência do duelo de magos, entre Merlin e a Madame Min, sério, foi um grande déja vu… Acho que já tinha assistido esse 18º Clássico antes, mas não me recordo bem. E pelo menos, (re)vendo entendi melhor por que ela é um vilã no universo Disney, e por isso é uma das chefes no game World Of Illusion, hehe (comentário que não tem nada haver com a resenha).

Mas que seja… é uma produção bonita, com suas cantorias – sendo indicado ao Oscar (de 1963) como Melhor Trilha Sonora Adaptada – e uma dublagem brasileira marcante, que num primeiro momento lembra radialistas, mas também temos vozes como a do saudoso Magalhães Graça (Maguinho em “Ursinho Gummy”, Tex Rex em “Bravestarr”, entre muitos personagens dos desenhos animados dos anos 80) sendo o mago atrapalhado, e Orlando Drummond de Andrade (“Scooby-Doo”, “Alf” e muitos outros) interpretando o rabugento Arquimedes.

“A Espada Era A Lei”, mostra uma origem mais divertida do Rei Arthur, além de termos uam das mais conhecidas representações caricatas do Mago Merlin. É um filme bem no estilo Sessão da Tarde, que podemos curtir naquele dia de chuva, ou frio, agora para esse início de outuno.

Então é isso, bom final de semana para todos, inclusive para meus estagiários. Hehe!
Ateh o/

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