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Pinóquio (1940)

Vamos à recomendação da animação semanal nesse feriado, e o escolhido dessa vez, aqui no blog foi o 2º Clássico Disney: “Pinóquio” (Pinocchio).

pinóquio filme

Adaptado de um periódico de autoria do italiano Carlo Collodi, Pinóquio foi transformado numa das animações mais citadas de exemplo para as crianças se comportarem e não contarem mentiras, ou aprontarem travessuras. Começamos nossa história, com o pequeno Grilo Falante contando de como conheceu o jovenzinho, numa noite fria, num pequeno vilarejo.


Lá, ele observa o velho e bondoso Gepeto, acompanhado do gato Fígaro e a sua peixe Cléo, terminando de construir a marionete. Que após detalhes de pintura, começa a dançar com o bonequinho antes de ir dormir. No entanto, ele acaba ficando tão fascinado com sua criação que antes de cair no sono, ao ver a Estrela dos Desejos, faz o pedido para que ele se transformasse em um garoto de verdade.

pinoquio


Eis que surge a Fada Azul, que com seu toque de magia, torna isso possível em partes. Pinóquio, ao acordar, fica ciente de que para se tornar um garoto de verdade por inteiro, deveria ser valente, generoso e verdadeiro. Para isso, o Grilo Falante teria o papel de ser sua consciência e lhe mostrar o que é certo e errado. Algo bem interessante, que vai além daquelas simbologias usadas mais tarde do anjinho e do diabinho nos ombros do personagem, mas no final dando o livre arbítrio ao personagem.

pinoquio disney


Na manhã seguinte, Pinóquio vai a aula, mas no caminho conhece João Honesto e Gideão, o qual quer vender o menino de madeira para o circence Stromboli. Contudo, ele é enganado, achando que seria um ator feliz e de sucesso, e acaba sendo preso e sequestrado. O Grilo tenta ajuda-lo, mas infelizmente não consegue. A Fada Azul aparece novamente, mas o nariz de Pinóquio começa a crescer cada vez que ele conta uma mentira para ela. Ele promente apenas falar a verdade, e ela da uma nova chance e liberta os dois.





Porém, ele acaba caído de volta nas armadilhas de João Honesto, o qual agora esta incumbido de levar o garoto para o Cocheiro, o qual levaria as crianças desobedientes para a Iha dos Prazeres, onde eles viram burros. Tento uma das cenas mais aterrorizantes da narrativa entre o garoto e seu amigo Espoleta. Realmente, mesmo a essa altura da vida, foi algo que fiquei pensando como as crianças reagiriam ao assisti-la.


Felizmente, mais uma vez eles conseguem escapar, e tentam voltar para casa… Porém, Gepeto, com o passar dos dias, estava numa busca pelo garoto, acabara sendo engolido, em alto mar, pela baleia Monstra. Pinóquio, sem pensar duas vezes resolve ir atrás de seu “pai” e resgata-lo já que parte da confusão era culpa sua. A sequência que se segue no mar, e depois com a baleia, é muito boa, considerando os desenhos, os efeitos sonoros, a dramaticidade apresentada, que com certeza nos fazem sentir aquele desespero e torcer pelos personagens.




“Pinóquio” apresenta muito mais do que a própria história da marionete que queria ser um menino de verdade, mas sua arte foi algo que a equipe de produção de Walt Disney quis superar em relação ao seu projeto anterior “A Branca de Neve e os 7 Anões”. Atualmente, trabalhando com ilustrações de cenários, animação, não tem como não ficar impressionado com os resultados obtidos, naquela época  um tanto quanto rudimentares – lógico que comparando a hoje. A colorização das cenas, como foram registrados o movimento de células para a sensação de profundidade, para que no final, transmitissem visualmente todo o propósito da narrativa.


Ao assistir o disco 2 dos extras, é consideravelmente uma linda aula de animação em todos seus âmbitos, desde como chegaram as idéias dos personagens, as suas personificações ilustradas, as escolhas dos dubladores – e algo que favoreceu muito na definição e adequação da personalidade de cada personagem que seria visto em cena.




O filme também recebeu 2 prêmios da acadêmia nas categorias de “Melhor Trilha Original” e “Melhor Canção” com “When You Wish Upon A Star” (que mais tarde passou a ser o tema oficial dos estúdios Disney). E teve uma versão de jogo de plataforma para Super Nintendo, Mega Drive e GameBoy, em 1996, e mais tarde o personagem apareceu em Kingdom Hearts, também (além de tantos outros personagens nesse crossover da Disney e Square).


“Pinóquio”, é um bonito filme que mesmo assistindo a diversos longas animados japoneses, ou filmes cheios de efeitos especiais, ainda deslumbra os olhos pela sua riqueza particular de um trabalho manual que hoje, infelizmente, é se visto muito pouco, ou não dado seu devido valor. Fico feliz por ter assistido e ainda hoje me divertir, sentir medo e sonhar com essa magia única do mundo Disney.

Até e bom feriado a todos, por aqui será prolongado, pelo menos. 🙂

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Projeto #365 – 106/112


Dia 106 – Nunca tinha comigo um KitKat. Sim, isso mesmo, podem me julgar, mas eu não achei a melhor coisa do mundo.


Dia 107 – Encontrei dois caderninhos de desenho meus que eu não estava encontrando e achei que eu tinha perdido. Felicidade.


Dia 108 – Pode servir pra várias coisas. #chicorei


Dia 109 – Colar que comprei pela internet, que é o coração do homem de lata em “O Mágico de Oz”.

When a man’s an empty kettle he should be on his mettle,
And yet I’m torn apart.
Just because I’m presumin’ that I could be kind-a-human,
If I only had heart.


Dia 111 – Isso é o que acontece quando você está com pressa, tropeça na rua e cai de quatro no chão.


Dia 110 – É normal ter TPM. Anormal é reparar em embalagens novas e empolgar. #vidadedesigner


Dia 112 – Delícia de filme. Indico muito pra uma tarde de chuva com pipoca e cobertor.

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Drive + Sete Dias com Marilyn

Drive – [rating:4/5] “Um dublê de Hollywood (Ryan Gosling), que à noite trabalha como motorista de fugas para criminosos, descobre que há um preço pela sua cabeça depois que ajudou o namorado ex-presidiário de sua vizinha (Carey Mulligan) em um golpe que acabara mal.”

Depois de muito ouvir sobre esse filme em podcasts e sites eu tinha que assistir, e foi o que eu e o namorado fizemos. Não quis ler muito sobre o filme antes de assistir, pra ele me pegar de surpresa e foi EXATAMENTE o que aconteceu. Achei algo meio “Clube da Luta”, não sei explicar, mas o filme foi bom. Não achei que se tornaria tão sangrento e violento, mas Ryan Gosling me fez ficar com nervoso de suas atitudes, ou melhor falta dela no começo do filme, mas depois ele resolve partir pra ação e ele explode seus miolos. Ótima atuação dele, ótima trilha sonora, que me lembrou filmes dos anos 80 e ótimas cenas. Agora posso ouvir mais podcasts sobre o filme.

Sete Dias com Marilyn – [rating:4/5] “Na trama acompanha o período em 1956 que Monroe passou na Inglaterra filmando The Prince and the Showgirl ao lado de Laurence Olivier. A história adapta o livro homônimo de Colin Clark, que na época trabalhava como assistente nas filmagens. Durante uma semana, ele teve a oportunidade de ciceronear a diva – desesperada para escapar das pressões da rotina hollywoodiana – e mostrar-lhe o melhor da vida britânica.”

Eu ando assistindo Smash, uma série da Universal que mostra a criação de um musical inspirado na vida de Marilyn e por conta disso fiquei com mais vontade de conhecer a diva, então fui correndo atrás deste filme, que mostra como ela era doce, adorada por todos e desejada por muitos. Era uma mulher carente, insegura e que adorava ser o centro das atenções. Neste filme acompanhamos um momento delicado, onde já vemos uma Marilyn usando de remédios , álcool e chegando sempre atrasadas nas gravações. Michelle Williams ficou assustadoramente igual à Marilyn. O filme é doce, gentil, leve e rápido, assim como a carreira de Marilyn.

Sinopses de Omelete

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As Bicicletas de Belleville (2003)

Hoje falaremos de um filme que foi patrocinado pela Monark, mas esse detalhe faz sentido ao sabermos da produção, do mesmo estúdio que fez “O Mágico”, vamos falar um pouco dessa linda produção: “As Bicicletas de Belleville” (Les Triplettes de Belleville).


Bom, a abertura do filme já é um capítulo a parte. Lembrando muito as próprias animações dos anos 30, com um toque de Melody Merries, onde os desenhos animados tinham uma maleabilidade maior, por assim dizer. Conhecemos as Trigêmeas de Belleville, cantoras de cabaret, que compartilha a apresentação com outros artistas um tanto quanto exóticos e de certo modo até surreais, que podemos considerar com uma certa crítica para alguns assuntos expressos na animação.


Partimos para a época atual, onde estão o pequeno Champion e sua avó madame Souza, vivendo numa casa humilde com uma vida simples, apenas os dois, e ela tenta ter um contato maior com o jovem, o que acaba denotando um clima quase que desolador, que em associação com a paleta de cores usada, que parece sempre ser outono, criam uma ambientação toda única. Algo que se completa a todo momento com os cenários que são de encherem os olhos, não foi poupado trabalho para desenvolve-los.



Enfim, madame Souza tenta se aproximar de Champion, primeiramente tentando tocar piano, depois quando ele ganha o pequeno cãozinho Bruno, uma cena muito bonitinha, diga-se de passagem. Até que ela descobre que o garoto é fã de bicicletas, colecionando diversos recortes. Eis a chance que ela consegue, presenteando a criança com um triciclo de pedais.

A narrativa usada é muito legal para mostrar a passagem de tempo, e os resultados após os anos posteriores, em que ela esteve treinando rigorasamente Champion. É legal a rotina que o cãozinho leva enquanto os dois estão fora, e como ele late para os trens, por causa de um trauma – por assim dizer – de quando ainda era um filhote. As passagens de flashback com uma suave música de fundo completam a história mostrando o que aconteceu até o dado momento, da mesma maneira que a cidade cresceu ao redor da casa que antes era isolada. Também vemos o garoto gordinho agora musculoso, que recebe um tratamente de relaxamento muscular um tanto quanto duvidoso, na minha opinião, e comendo uma gororoba que aparenta não ter gosto nenhum. Acho que o momento da janta é um tanto quanto poético a ser contemplado, por não ter música de fundo, ser um silêncio um tanto quanto inespressivo (hã?). É, a frase ficou legal então reflitam.

Enfim, todo esse treinamento foi realizado para que Champion pudesse se tornar um ótimo ciclista e pudesse participar da corrida Tour de France. Contudo, durante uma trapaça, madame Souza e Bruno acabam perdendo Champion de vista, e este com mais 2 atletas são capturados por dois sujeitos de preto, deveras suspeitos. Convém comentar a esteriotização dos personagens como esses que literalmente transfiguram o termo seguranças porta-de-armários. Do mesmo modo que os personagens possuem proporções e extremidades exageradas, denontando uma aparência caricata.


Bom, com esse ato hediondo realizado, madame Souza e Bruno partem para o resgate de Champion, viajando muito e se perdendo em Belleville. Quase sem esperanças, ela começa a improvisar uma música entre os aros tortos de uma roda de bicicleta, como se fosse um xilofone, e nesse momento, surgindo, quase que arrastando os pés, 3 senhoras altas, que entram no ritmo da musicalidade e então retornam a cena as Trigêmeas.
As sequências em que começam a se conhecer são muito divertidas, assim como a maneira inusitada de pescarem o jantar.


Graças a astúcia da madame Souza, conseguem descobrir o paradeiro de Champion, e todas unidas, mais o cachorro Bruno, partem ao resgate do garoto que estava envolvido num tipo de armação maior. Com direito a cena de perseguição no final do filme, um tanto quanto interessante e diferente de animações normais, hehe.


“As Bicicletas de Belleville” foi uma indicação do meu antigo chefe, de quando comecei a trabalhar em agência em 2008, e creio que para os fãs de animação em geral, é uma obra muito bonita para ser assistida. Apesar de um clima um pouco, menos alegre – não sei se chega a ser triste ou depressivo – tem seus momentos de risadas, de uma maneira sútil que não é exagerada, tão pouco forçada, o que acaba agradando a todos.


O DVD filme esteve um bom tempo fora de catálogo, hoje está um pouco mais fácil de encontra-lo, e vale a pena – pelo principal ponto que sempre menciono – que são os Extras, onde  temos um dos melhores making of – na minha opinião – onde o diretor explica quando trabalharam com 2D (o qual foi prioritario, apresentando um lindo traço) , quando usaram 3D para não deixarem os desenhistas loucos, já que desenhar aros de uma bicicleta já é algo trabalhoso, faze-los girando não é vida.


Não apenas isso, mas também, a maneira como acontecem as tomadas de câmera, o uso do software de animação 2D, Toon Boom – que é uma delícia de se trabalhar, pelo menos achei isso nas poucas oportunidades que o usei – assim como um breve momento de colorização via Photoshop, que é mostrado, além do 3D Studio Max.

Hugues Martel – Animador

Sylvain Chomet – Diretor

 

“As Bicicletas de Belleville” é um longa metragem qie teve duas indicações para o Oscar de 2004 (nas categoraias Melhor Animação e Melhor Música) e fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes, traz uma animação extraordinária com um belo ar de nostalgia, além de uma trilha sonora ímpar. Se tiverem a oportunidade, aproveitem.


Bom final de semana para todos.
Ateh.