Categorias: Vida Real

Quando comecei a chorar em casamentos

Lenço de Casamento

Eu lembro de dois casamentos que fui quando era criança. Um de uma professora da escola da minha mãe, no qual lembro vagamente que devo ter ido de meia calça branca e uma saia preta, e talvez a noiva estivesse segurando um buquê de rosas vermelhas. O outro foi de um primo meu. Me lembro da confusão que fizemos pra chegar na igreja em um época sem GPS e celular cheio de coisas e do padre com um sotaque forte brincando com alguém quando um celular tocou no meio da cerimônia e ele solta a frase: “Jesus está chamando!”.

Depois foram anos e anos sem ir em alguma comemoração do tipo, só acompanhava casamentos por filmes e seriados, tudo bem distante. Só que a gente cresce, cria laços de amizades e esses amigos começam a se casar e convites começam a pipocar na sua mão. Quando percebi, lá estava eu vendo vestidos, sapatos, maquiagem e me preparando para ser até madrinha.

Já fui em casamentos no cartório, com festa grande, festa pequena, sem festa, em salão, em igreja, a céu aberto… meu repertório é bem vasto, até quando se fala em religiões: católicos, quadrangular, testemunha de jeová ou sem religião nenhuma específica. Em todos a fui eu senti aquele clima gostoso no ar, que só fui entender depois que cresci.

Quer coisa mais linda que um casamento? Todos unidos ali para celebrar o sentimento que mais parece esquecido no dia-a-dia da humanidade: o amor. Duas pessoas acreditando nele, pensando em um “felizes para sempre” e dizendo isso pra muita gente.

Minha parte preferida é quando a noiva entra. Eu gosto de olhar pro noivo. A cara de felicidade – às vezes de surpresa – pela roupa tão diferente, o cabelo, a maquiagem daquela pessoa que ele vê sempre, mas naquele dia, naquela hora específica, está tão diferente, tão preparada pra um dia que eles planejaram tanto e que de repente chegou.

Foi no meu primeiro casamento depois de crescida que eu descobri que sou dessas que chora. Era um amigo querido, eu não conhecia ele pessoalmente internet e essas coisas da vida e vim de longe pra demonstrar meu carinho pelo momento dele e da noiva. Conversávamos muito há anos, ele contava com animação sobre os preparativos e fiquei surpresa quando recebi o convite. Naquele casamento lá em 2012, na hora que eu vi a noiva entrar e vi a cara de felicidade dele, eu chorei. As lágrimas foram crescendo com a música e quando dei por mim, estava limpando o rosto com as costas da mão.

Desde então, eu choro nos casamentos. Se os votos forem falados pelos noivos então, eu vou me debulhar em rios de lágrimas. Não importa a decoração, o lugar, a religião, eu vou chorar. O espírito da alegria do momento, daquela felicidade de ver duas pessoas que se amam me invade, ai eu misturo com meu signo de câncer e meu jeito meigo e romântico de ser, e choro. Sempre. E acho que sempre vou chorar, porque eu acredito no amor e sempre que puder vou festejar ele com quem me convidar, mesmo que seja só pra ver uma troca de alianças no topo de uma montanha.

Categorias: Resenhas

Assistir: Sakura Card Captors: Clear Card-hen (2018)

Sakura Card Captors, 18 anos depois.

Sakura Card Captors

Leia também sobre: Coisas que Aprendi com Sailor Moon.

Sinopse de Sakura Card Captors

Continuação da série de animes Sakura Card Captors, os novos episódios se passam quando Sakura entra no ensino médio no Japão. Amigos se mudam para outras escolas, novos chegam para se unir a todos que rodeiam Sakura e Syaoran retorna para Tomoeda. Novas coisas misteriosas s voltam a acontecer na cidade, mas o que será agora? As cartas já não estavam no devido lugar?

Com uma pitada de Lewis Carroll estes novos 22 capítulos te levam a seguir Sakura em novas aventuras.

Syaoran e Sakura

O que achei?

Poder rever Sakura é sempre um prazer, ainda mais com novas histórias depois de tanto tempo. Nesta nova série podemos ver como todos os personagens estão evoluindo – e crescendo – sempre com a doçura e a bondade de Sakura em foco. A nova história intriga e trás tudo que gostamos da série inicial: roupas lindas feitas por Tomoyo, Kero comilão, mistério, muitas amizades e a pitadinha de romance.

Os novos personagens Akiho Shinomoto (lembra Kinomoto?) e Yuna, são bem construídos, assim como Momo, porém senti que não tivemos o suficiente de Yuna e Momo e é aí que o anime pode decepcionar. Com uma junção legal de “Sakura” com toques de “Alice no País das Maravilhas” (por sinal, perfeita a comparação!) temos um final que pode decepcionar por ser tão perdido. Muitos fãs tem reclamado – estou no meio – esperando um anúncio de outra temporada para acalmar meu coração. Ah… orientais e seus finais cheios de reflexão e filosofias que deixam a gente sempre meio perdido e sem saber o que fazer.

Apesar de toda esta polêmica com o final, a temporada faz a gente curtir cada episódio, torcer muito pela personagem, dar boas risadas e vale muito a pena de ser vista.

Tomoyo

Categorias: Viagens e Passeios

Edimburgo e Harry Potter

Porque todo fã de Harry Potter deveria conhecer Edimburgo.

Todo bom potterhead (que é como os fãs de Harry Potter se denominam) sabe que a autora do nosso amado livro, Joanne Kathleen Rowling, mora em Edimburgo. Ela vive lá desde 1993 e se inspirou em várias características da cidade para criar o mundo do bruxinho Harry, então é claro que eu quis andar o máximo pelas ruas e lugares da cidade para descobrir cada detalhe que faz de Edimburgo e Harry Potter algo único.

Alguns lugares são tão “a cara dos livros” que dá vontade de morar pra sempre por lá, e é sobre eles que eu vou falar hoje.

Leia mais sobre Edimburgo, a capital da Escócia.

George Heriot School - Edimburgo
George Heriot School ao fundo.

Hogwarts

A Escola Interna George Heriot serviu de ideia para Jo – desculpa, sou íntima – escrever sobre Hogwarts. Não é uma atração turística da cidade, apesar da construção ser bem bonita, mas foi a escola que inspirou J.K. a escolher um sistema de ensino no modelo de internato e dividir as pessoas em casas com cores distintas. Poisé, existe algo assim na terra dos trouxas.

Castelo de Edimburgo - Vista do Arthur's Seat
Castelo de Edimburgo – Vista do Arthur’s Seat

Muitos lugares dizem que Hogwarts também foi feita nos filmes com inspiração do Castelo de Edimburgo e dá pra você entender muito! Apesar de o Castelo de Edimburgo não ter torres altas e pontiagudas como o do filme, acredito que a parte de ser todo construído em cima de um rochedo ter tudo a ver com isso.
Onde fica? 23 Lauriston Pl, Edinburgh

O túmulo de Tom Riddle

Um lugar que eu não fui – sou medrosa – foi o Cemitério Greyfriars. Lá você encontra o túmulo do verdadeiro Tom Riddle e outros nomes famosos que Jo tirou de lá, como McGonagall, por exemplo. Muitos passeios, como o Potter Trail levam o pessoal pra conhecer as lápides com nomes conhecidos dos livros.
Onde Fica?26A Candlemaker Row

Tom Riddel - Tumba
Túmulo de Tom no Greyfriars.

Beco Diagonal

Se você quer se sentir em lojinhas fofas e diferentes, é só andar pela Victoria Street. Lojas pequenininhas, algumas com dois andares, e bem diferentes, que dizem ter sido a inspiração de JK para criar o Beco Diagonal. Até existe na rua uma loja cheia de coisas diferentes voltadas para o público fã de Harry Potter, onde você pode comprar varinhas, ou até mesmo tirar uma foto como um estudante de Hogwarts.
Onde fica? Victoria Street

Victoria Street - Edimburgo
Victoria Street

Loja de Harry Potter na Victoria Street
Loja de Harry Potter na Victoria Street.

Passagens secretas

Logo que chegamos em Edimburgo e fui apresentada às passagens estreitas e diferentes que são chamadas de closes eu me apaixonei. Você está andando em uma rua larga e entra em uma passagem pequena e apertada que te leva por escadas até a rua de baixo. Foi algo que me levou muito para o mundo de Harry Potter. Alguns closes são mais famosos como o Advocates Close e o Anchor Close.

Além disso existem vários túneis e passagens secretas por Edimburgo, muitas apresentam atrações como tours fantasmas, como é o caso do The Real Mary King’s Close. Será que saíram daí as inspirações para Câmara Secreta e os corredores secretos de Hogwarts? Já pensou passar de noite por alí?
Onde ficam? Você encontra closes por toda Old Town.

Close em Edimburgo
Close que passa por baixo de alguns apartamentos.

Close em Edimburgo
Close com lojas.

The Elephant House

Já falei deste restaurante por aqui, mas como o post é especial pottermaníaco, ele voltou! O restaurante onde Jo escrevia capítulos de Harry Potter é parada obrigatória pra comer um prato típico escocês, mas ao contrário do que se diz, não foi exatamente aqui que HP surgiu, e sim no Spoon (6A Nicolson St).
Onde fica? 21 George IV Bridge

O quarto de JK

Um dos pontos mais marcantes de quando se anda pelas ruas de em Edimburgo é o Balmoral Hotel, que tem uma torre bem alta com seu relógio todo imponente bem na Princes Street. Lá foi onde J.K. Rowling escolheu para terminar de escrever os últimos capítulos de “Relíquias da Morte”, e você pode ficar no mesmo quarto que ela por £900 por noite.
Onde fica? 1 Princes St

Hotel Balmore de noite
Balmore Hotel e Castelo de Edimburgo vistos do Calton Hill.

Hotel Balmore de dia
Hotel Balmore visto do Scott Monument.

Surpresas

Além de todos os locais citados, ainda adiciono aqui as surpresas que Edimburgo pode trazer pra você, como ver corujas maravilhosas e lindas por um passeio ou topar com pessoas vestidas de personagens de filmes medievais. Edimburgo com certeza tem peculiaridades que contarei em breve por aqui, mas pra mim é uma cidade mágica.

Categorias: Vida Real

Não aprendi dizer adeus

Adeus, tchau, bye, au revoir…

Pessoa deitada na cama
Foto: Gregory Pappas

Quando era pequena e minha mãe dizia que os filhos dela eram do mundo, que um dia eles iriam sair daquela cidade pequena do Sul de Minas Gerais, eu achava interessante. No partir via possibilidades, descobertas, aventuras e novidades. Quem não gostaria de uma vida com tantas novas descobertas? Sei de pessoas que dispensam estas coisas, mas eu disse como minha mãe falava, não? Ela criou a gente passarinho solto, e quem nasce assim dificilmente sonha com gaiola.

O tempo passou e conseguimos trilhar nossos caminhos para fora daquela cidade que abraçou toda nossa infância. Ali deixamos nossos joelhos ralados, as brigas de crianças, bolas no telhado, as escapadas para andar de bicicleta na rua, a canja da vovó quando ficávamos doentes, as tardes estudando e o melhor arroz e feijão de vovó do mundo. Escolhemos tudo que conseguíamos levar nas malas e partimos para descobrir o tal do mundo.

Durante anos os feriados foram feitos para reencontros: de estômagos com comidas gostosas, de histórias de cantos diferentes e de braços com abraços. Voltávamos sempre de malas cheias de comida e abastecidos com o melhor carinho e amor de família que poderíamos ter.

(Você leitor pode estar meio confuso, mas conto tudo no plural, pois assim como eu, meu irmão também se jogou nesta vida maluca de estudar fora. Com um ano de diferença fizemos nossas “matulinhas” e deixamos o aconchego do lar, dois passarinhos voando alto.)

A faculdade passa, as aulas terminam, a vida de adulto te chama. O nervosismo, o primeiro emprego, as primeiras responsabilidades como alguém que trabalha e contribui para a riqueza do país. De repente, percebemos que estamos há onze anos longe da casa dos nossos pais. Como foi que tantos anos passaram assim, num estalar de dedos?

As férias de julho deixaram de ser algo importante, os boletos chegam, mas eu posso sair e tomar meu sorvete preferido no dia que eu quiser. Conheci outros continentes e pude ver meu irmão voar mais longe ainda, mas apesar de tudo isso, de todo este tempo fora, eu ainda não aprendi a dizer adeus.

A cada reencontro e partida, um nó pára na garganta com aquela sensação que tudo correu demais. A saudade ainda está ali. Percebo que quando a gente ama tanto as pessoas, não importa o tempo que fiquemos, sempre temos a sensação de que foi rápido demais. Que poderíamos ter ficado mais cinco minutos, que esquecemos de contar uma história, jogar mais uma bola e abraçar um pouco mais.