Categorias: Vida Real

Não aprendi dizer adeus

Adeus, tchau, bye, au revoir…

Pessoa deitada na cama
Foto: Gregory Pappas

Quando era pequena e minha mãe dizia que os filhos dela eram do mundo, que um dia eles iriam sair daquela cidade pequena do Sul de Minas Gerais, eu achava interessante. No partir via possibilidades, descobertas, aventuras e novidades. Quem não gostaria de uma vida com tantas novas descobertas? Sei de pessoas que dispensam estas coisas, mas eu disse como minha mãe falava, não? Ela criou a gente passarinho solto, e quem nasce assim dificilmente sonha com gaiola.

O tempo passou e conseguimos trilhar nossos caminhos para fora daquela cidade que abraçou toda nossa infância. Ali deixamos nossos joelhos ralados, as brigas de crianças, bolas no telhado, as escapadas para andar de bicicleta na rua, a canja da vovó quando ficávamos doentes, as tardes estudando e o melhor arroz e feijão de vovó do mundo. Escolhemos tudo que conseguíamos levar nas malas e partimos para descobrir o tal do mundo.

Durante anos os feriados foram feitos para reencontros: de estômagos com comidas gostosas, de histórias de cantos diferentes e de braços com abraços. Voltávamos sempre de malas cheias de comida e abastecidos com o melhor carinho e amor de família que poderíamos ter.

(Você leitor pode estar meio confuso, mas conto tudo no plural, pois assim como eu, meu irmão também se jogou nesta vida maluca de estudar fora. Com um ano de diferença fizemos nossas “matulinhas” e deixamos o aconchego do lar, dois passarinhos voando alto.)

A faculdade passa, as aulas terminam, a vida de adulto te chama. O nervosismo, o primeiro emprego, as primeiras responsabilidades como alguém que trabalha e contribui para a riqueza do país. De repente, percebemos que estamos há onze anos longe da casa dos nossos pais. Como foi que tantos anos passaram assim, num estalar de dedos?

As férias de julho deixaram de ser algo importante, os boletos chegam, mas eu posso sair e tomar meu sorvete preferido no dia que eu quiser. Conheci outros continentes e pude ver meu irmão voar mais longe ainda, mas apesar de tudo isso, de todo este tempo fora, eu ainda não aprendi a dizer adeus.

A cada reencontro e partida, um nó pára na garganta com aquela sensação que tudo correu demais. A saudade ainda está ali. Percebo que quando a gente ama tanto as pessoas, não importa o tempo que fiquemos, sempre temos a sensação de que foi rápido demais. Que poderíamos ter ficado mais cinco minutos, que esquecemos de contar uma história, jogar mais uma bola e abraçar um pouco mais.

Categorias: Doramas, Resenhas

Dorama: Descendants of the Sun (2016)

Os ossos do ofício em Descendants of the Sun

Dorama coreano de 2016, Descendants of the Sun fala sobre profissões diferentes que buscam um fim parecido. Venha saber mais sobre esta história.
Leia também sobre o dorama Goblin.
Descendants of the Sun - Yoo Si-Jin e Kang Mo-yeon

Sobre Descendants of the Sun

Yoo Si-jin,capitão das forças especiais da Coreia, pega um ladrão de motocicleta juntamente com seu amigo Seo Dae-young. O ladrão é ferido durante a captura e é enviado para o hospital. Dae-young percebe que seu celular foi roubado pelo ladrão e vai para o hospital para recuperá-lo. Na sala de emergência, Si-jin encontra Kang Mo-yeon pela primeira vez e se apaixona por ela imediatamente. Mo-yeon erroneamente supõe que Si-jin faz parte do grupo criminoso do ladrão. Ele lhe revela que é um soldado com a ajuda de uma médica do exército Yoon Myung-joo. Si-jin e Mo-yeon começam a namorar, mas devido a seus empregos, o namoro não vai bem. Si-jin recebe ordens para levar os seus soldados em uma missão de paz em Urk. Enquanto isso, Mo-yeon fica chateada por não conseguir se tornar uma professora devido ao conhecimento privilegiado de uma colega. Quando Si-jin e Mo-yeon se encontram novamente, eles falam sobre seus pontos de vista sobre a vida e percebem como eles são diferentes. Si-jin, como um soldado, mata para proteger vidas e Mo-yeon, como médica, tenta salvar todas as vidas. Eles se despedem. Oito meses mais tarde, Mo-yeon rejeita as investidas do presidente do hospital, Han Suk-won e, como resultado, é nomeada para liderar uma equipe médica em Urk. Lá, Si-jin e Mo-yeon se encontram novamente.
Descendants of the Sun - Yoo Si-Jin e Kang Mo-yeon

O que achei?

Depois de indicarem tanto resolvi dar uma chance pra este dorama, mas foi de longe um dos mais arrastados que já assisti. Comecei ano passado e só consegui terminar agora. SIM! PASMEM. Apesar de ter achado o casal Yoo Si-Jin e Kang Mo-yeon muito fofo – não a toa os dois se casaram na vida real – eu não consegui me interessar muito pela história. Muitos probleminhas chatos e algumas coisas que me incomodaram, como personagens que vem e vão e que no fim não precisariam nem existir na história. Confesso que algumas passagens me surpreenderam, não darei spoilers aqui, mas mesmo assim eu não consegui ter aquela vontade imensa de devorar episódios.É uma história cheia de coisas bem reais e acontecimentos trágicos que fazem a gente olhar algumas coisas com outros olhos, mas não me pegou mesmo e eu só terminei por honra. Não sei mesmo o que o pessoal que me indicou viu na história, ou se foram apenas os soldados correndo sem camisa. Começo a achar que meu negócio são doramas de fantasia mesmo.
Descendants of the Sun - Yoon Myung-joo e Seo Dae-youngYoon Myung-joo e Seo Dae-young
Descendants of the Sun

Onde assistir?

Edit 22/11/21 Você pode conferir os episódios no streaming Viki.
Categorias: Experimenta, Viagens e Passeios

Viagem: Onde comer em Edimburgo – Escócia

Lugares pra se comer em Edimburgo, para vários bolsos

Quando eu e o noivo viajamos, raramente saímos comendo por restaurantes caros. A gente escolhe as opções mais em conta – às vezes até demais – mas gostamos de experimentar algumas coisas diferentes algumas vezes, e claro que em Edimburgo a gente não ia deixar algumas coisas passarem. Nos restaurantes abaixo as refeições saem entre £6 e £15.

Bread Meats Bread

Bread Meats Bread - Comer em Edimburgo

No dia que cheguei o noivo me levou neste restaurante de hamburguers deliciosos! O tamanho do lanche era bem bacana, nada exagerado – eu acho que comi inteiro – e estava delicioso! Tinha opções vegetarianas também e o atendimento foi super legal.

Onde fica?
92 Lothian Rd, Edinburgh EH3 9BE

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Hard Rock Cafe

Comer em Edimburgo - Hard Rock Cafe

A gente que não está acostumado e só ouve histórias, sempre teve vontade de conhecer um Hard Rock Cafe. É gente que viaja e sempre conta do lugar, então resolvemos matar a curiosidade!

Não esperávamos nada mais que boa música ambiente – rock né? – e uma decoração bacana, cheio de CDs, guitarras e roupas autografadas de artistas famosos, e isso a gente teve. A comida estava boa, pedimos um bom e velho hambúrguer da casa, mas posso dizer? Do Bread Meats Bread estava mais gostoso e o preço era melhor.

Onde fica?
20 George St

The Elephant House

The Elephant House

Como uma fã de Harry Potter vai para Edimburgo, terra que inspirou tudo que vem dos livros, e não vai no lugar onde J.K.Rowling em pessoa se sentava para escrever páginas e páginas dos livros mais maravilhosos de todos os tempos? Não tem como.

O lugar é bem aconchegante, cheio de referências indianas e, claro, elefantes. Achei bem legal eles manterem o restaurante com as características originais, sem transformar em algo Pottermaníaco. O máximo que se encontra lá é um painel numa parede com recortes e matérias dedicadas a J.K.Rowling.

No The Elephant House você pode aproveitar e experimentar o prato típico da Escócia, o Haggis, Neeps and Tatties. Haggis é tipo uma carne moída de miúdos (órgãos internos), Neeps são nabos e tatties são batatas. Os vegetais vêm parecendo um purê e você pode se considerar um escocês depois dele, se você tiver coragem.

Onde fica?
21 George IV Bridge

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OINK


Indicação do noivo pra quem adora carne suína. No Oink você pode escolher tamanho do pão e o recheio, porco é o padrão claro – aliás o bicho fica inteiro na frente da vitrine da loja – mas você pode arriscar até um haggis no seu lanche.

Onde fica?
34 Victoria St

Pizzeria 1926

Pizzeria 1926

Outra que o noivo trouxe pra complementar o post. Pizza italiana, de Napoli, na Escócia sim senhor! Ele disse que é diferente de todas as pizzas daqui do Brasil e é uma delícia!

Onde fica?
85 Dalry Rd

The Last Drop

The Last Drop

Diz a história que os condenados que seriam mortos na praça do Grassmarket tinham o direito a uma última gota (Last Drop) de cerveja neste pub super tradicional da cidade. A decoração é toda cheia de imagens antigas de Edimburgo, já que o bar está no mesmo lugar desde 1873. Um lugar muito legal pra se entrar nem que seja para beber um pint – se você beber.

Onde fica?
74-78 Grassmarket

DICA EXTRA

Agora, você quer economizar? Tá achando que £8 libras tá caro pra almoçar todo dia? E é mesmo. Então se joga na dica que eu vou dar aqui pra você se alimentar baratinho numa viagem econômica: meal deal.

O meal deal é um combo que você compra no supermercado – a maioria deles oferece – que consiste em um lanche (natural, wrap, baguete), uma bebida (suco,refrigerante,chá) e uma sobremesa (chocolate, frutinha, balas). Você compra esse combo por £3. Isso mesmo, três libretinhas. É super baratinho, mas acho que no final de uma semana toda você já estará pedindo por um bom prato de comida.

Categorias: Resenhas, Séries

Assistir: The Handmaid’s Tale – 1ª (2017)

A distopia impressionante de The Handmaid’s Tale

Qual a história?

“Em um futuro próximo, as taxas de fertilidade caem em todo o mundo por conta da poluição e de doenças sexualmente transmissíveis. Em meio ao caos, o governo totalitário da República de Gileade, uma teonomia cristã, domina o que um dia foi o território dos Estados Unidos, em meio a uma guerra civil ainda em curso.A sociedade é organizada por líderes sedentos por poder ao longo de um regime novo, militarizado, hierárquico e fanático, com novas castas sociais, nas quais as mulheres são brutalmente subjugadas e, por lei, não têm permissão para trabalhar, possuir propriedades, controlar dinheiro ou até mesmo ler. A infertilidade mundial resultou no recrutamento das poucas mulheres fecundas remanescentes em Gileade, chamadas de “servas” (Handmaid), de acordo com uma interpretação extremista dos contos bíblicos. Elas são designadas para as casas da elite governante, onde devem se submeter a estupros ritualizados com seus mestres masculinos para engravidar e ter filhos para aqueles homens e suas respectivas esposas.”

Leia também: Anne with an E, a série mais fofa de todos os tempos.

Madeline BrewerMadeline Brewer, maravilhosa.

O Conto da Aia

A série foi feita com base no livro da canadense Margaret Atwood, publicado em 1985. Ganhou prêmios, como o Prêmio Arthur C. Clarke em 1987, foi nomeado para outros e já foi um filme e uma ópera.

Alexis BledelAlexis Bledel

O que achei?

Quando ouvi falar deste série eu fiquei muito receosa em assistir, pois morro de medo de filmes de terror, e a fotografia da série juntamente com os comentários que eu ouvia me embasavam para achar que se tratava de uma série cheia de sustos e medos. Eu não estava errada, mas bastou assistir o primeiro episódio para entender que o terror estava em outra coisa. Não no sangue, pedaços amputados ou mortes, mas no terror psicológico que a personagem principal e as outras aias sofrem.

Não sei se homens conseguem assistir The Handmaid’s Tale e sentir todo o terror que uma mulher sente. Pensar em tanta regressão depois de tão recentes vitórias dá nojo, asco, medo, um nervoso que brota episódio a episódio. Acompanhamos por meio de flashbacks como as mulheres foram gradativamente perdendo suas conquistas e como tudo foi mudando ao pouco enquanto todos se calavam. Talvez o que mais assusta na série é pensar que o que está ali é possível.

Yvonne StrzechowskiYvonne Strzechowski

As atuações são esplêndidas, e não por acaso a série ganhou o Globo de Ouro de Melhor Série Dramática em 2018 e Melhor Atriz para Elisabeth Moss, que dá um show na pele de June. Ela consegue passar apenas com os olhos a linha tênue entre a insanidade e a raiva que a personagem apresenta, sempre a um passo de perder o controle.

Com personagens complexas, cheias de nuances e fortes, cada uma de seu jeito, The Handmaid’s Tale fala sobre as bençãos e os dramas de ser mulher, e principalmente sobre sororidade. Atrizes maravilhosas fazem parte do elenco como: Yvonne Strzechowski (Serena), Alexis Bledel (Ofglen), Samira Wiley (Moira) e Ann Dowd (Tia Lydia).

General de costas e uma multidão de homens sentados.O patriarcado

Outras características que dão um show a parte são fotografia e trilha sonora. Com músicas conhecidas e letras se encaixando perfeitamente com os acontecimentos, tomadas maravilhosas e cores que dão o tom para as cenas, a série é um prato cheio para quem gosta de cinema.

Se você assistiu a primeira temporada, indico fortemente o podcast sobre a série gravado pelas maravilhosas mulheres do Mamilos. Elas conversam n~;ao somente sobre a série, mas sobre os acontecimentos distópicos. Você pode acabar o podcast concordando com o comandante de Gileade. É só clicar aqui ou então ouvir no seu Spotify.

Se você ainda não assistiu. Pare tudo que está fazendo e entenda porque esta série está sendo tão comentada.
A segunda temporada está quase no fim e logo devo falar dela por aqui.